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Ameaças ambientais à fertilidade: é preciso agir imediatamente

A poluição do ar e o calor extremo já estão fortemente ligados a prejuízos na capacidade de ter filhos, alerta especialista

Por Rodrigo Rosa*
3 abr 2024, 07h41

Não é de hoje que ouvimos promessas vazias de governantes e autoridades globais sobre as reduções de emissões de poluentes e gases do efeito estufa. E, além de todos os motivos amplamente falados, a poluição do ar e o calor extremo ainda estão ligados ao comprometimento da fertilidade.

Recentemente, a Sociedade Europeia de Reprodução Humana e Embriologia (ESHRE) publicou um documento que pede ações imediatas para enfrentar os efeitos das alterações climáticas e da poluição atmosférica sobre as taxas de fertilidade e a saúde reprodutiva.

Atualmente, metade dos países em todo o mundo apresenta uma taxa de fertilidade abaixo do nível de substituição, quando as taxas de natalidade e mortalidade são iguais.

Essa baixa taxa de fecundidade, se sustentada, torna cada nova geração menos populosa que a anterior em uma determinada área, com implicações sociais e econômicas grandiosas.

Embora a infertilidade seja uma condição tratável, as ameaças ambientais inserem um número maior de pessoas no problema de infertilidade, e os procedimentos ainda não são acessíveis para a maioria delas.

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Há cada vez mais evidências que associam fatores ambientais (poluição do ar e o calor extremo, sobretudo) ao declínio das taxas de fertilidade, com menor contagem de espermatozoides e taxas de gravidez reduzidas, sem falar no risco aumentado de aborto espontâneo.

Sabemos que as mães expostas ao calor durante o parto têm maior probabilidade de sofrer de hipertensão, resultado de gravidez mais desfavoráveis e internações hospitalares mais prolongadas. Outro dado importante é que cerca de 3,6 bilhões de pessoas vivem em áreas consideradas “altamente vulneráveis” à mudança do clima.

Uma prova de que a poluição é extremamente danosa é que as taxas de gravidez aumentam 3% a cada 200 metros acrescidos entre uma residência e uma estrada principal, o que exemplifica o impacto das emissões de poluentes pelos carros na infertilidade.

Segundo estudos, a exposição gestacional a partículas finas de poluentes esteve associada a um aumento da probabilidade de perda da gravidez em diversas regiões do mundo. Homens e mulheres que trabalham ao ar livre em cidades grandes têm maior dificuldade em engravidar (agentes de trânsito, taxistas, motoristas de ônibus etc.).

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As prioridades defendidas pela Sociedade Europeia de Reprodução são claras: atingir zero emissões líquidas de CO2 nos próximos 20 anos e manter o aquecimento global dentro de um aumento de 1,5%.

Muitas vezes, a fertilidade masculina e feminina não é vista como uma prioridade, mas o fato é que ela soma argumentos para cuidarmos melhor do planeta e de nós mesmos.

* Rodrigo Rosa é ginecologista, obstetra e especialista em reprodução humana, diretor clínico da Mater Prime e do Mater Lab, em São Paulo, e membro da Associação Brasileira de Reprodução Assistida (SBRA) e da Sociedade Brasileira de Reprodução Humana (SBRH)

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