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20 anos da morte do jogador Foé: um alerta sobre parada cardíaca e esporte

Atleta camaronês faleceu em campo em razão de uma doença no coração. Especialista fala da importância de se antecipar ao problema e tratá-lo

Por Patrícia Oliveira*
Atualizado em 14 Maio 2024, 00h29 - Publicado em 4 jul 2023, 07h32
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    LUTO: Jogadores lamentam a morte do jogador Marc Vivien Foé na Copa das Confederações de 2003 (Sean Botterill/Getty Images)

    Um episódio que marcou o mundo do esporte, especificamente do futebol, completou 20 anos na última semana. Em 26 de junho de 2003, o jogador camaronês Marc-Vivién Foé desmaiou em campo durante uma competição organizada pela Fifa. Aos 28 anos, ele caiu no círculo central aos 27 minutos do segundo tempo da partida contra a Colômbia pela Copa das Confederações e veio a falecer no hospital.

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    Foé apresentava cardiomiopatia hipertrófica, uma doença geneticamente determinada que acomete aproximadamente 1 em cada 500 indivíduos.

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    Historicamente, essas pessoas eram consideradas de alto risco para morte súbita cardíaca relacionada ao esporte, isto é, a ocorrência de uma parada cardíaca inesperada durante as atividades físicas ou relacionadas a elas até 24 horas depois do esforço. Sob esse ponto de vista, as recomendações médicas eram conservadoras e promoviam um estilo de vida mais sedentário.

    Entretanto, os avanços científicos, o melhor entendimento da doença e as melhorias dos tratamentos com finalidades cada vez mais específicas têm aumentado significativamente a sobrevida e a qualidade de vida dos pacientes com a condição. Permitem, inclusive, que eles possam continuar tendo uma rotina mais ativa.

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    Há que se ter em mente que grande parte desses indivíduos apresenta cansaço após o esforço, fadiga e redução da capacidade física, o que pode estar relacionado à disfunção do coração, mas também a outras alterações periféricas e ao descondicionamento crônico. Pesquisas recentes mostram que outros fatores interferem nessa história, como idade, histórico de diabetes e índice de massa corporal (IMC) elevado.

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    Além disso, as pessoas com cardiomiopatia hipertrófica encaram fatores de risco cardiovascular semelhantes aos da população em geral, entre eles hipertensão, colesterol alto e diabetes, condições que contribuem para a inflamação, o entupimento e o enrijecimento das artérias. Sabidamente, tais fatores podem ser minimizados pelos exercícios físicos.

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    + LEIA TAMBÉM: Quais os sinais da arritmia cardíaca?

    Nesse sentido, temos cada vez mais evidências dos efeitos benéficos do exercício na saúde geral, e eles podem ser estendidos aos pacientes com cardiomiopatia hipertrófica. As atividades físicas de leve intensidade (muitas delas presentes na vida diária) já são indiscutivelmente indicadas.

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    Os exercícios de moderada intensidade também não foram associados ao aumento do risco de eventos de arritmia grave ou parada cardíaca nesse público, mas precisam ser orientados de acordo com a avaliação clínica. Entretanto, os exercícios intensos e competitivos ainda são bastante discutidos e controversos. Tudo vai depender de uma apurada análise médica e de uma decisão compartilhada entre atleta e profissionais de saúde.

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    A avaliação e a estratificação de risco desses pacientes em relação à gravidade da doença e aos componentes específicos do esporte em questão (futebol, corrida etc.) podem minimizar os perigos associados à prática, ressaltando que essa abordagem deve ser sempre individualizada.

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    Portanto, para a população com essa doença devemos sempre considerar os exercícios e atividades físicas como aliados da saúde, lembrando que não podemos desprezar a relação de riscos e benefícios e, de modo geral, cabe a máxima: nem muito, nem pouco.

    * Patricia A. Oliveira é cardiologista e médica responsável pelo Ambulatório de Cardiologia do Esporte do Instituto do Coração (InCor) do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP

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