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Informação e análise
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Oposição discrimina presos e só se preocupa com os invasores

A mobilização é por um grupo de delinquentes que representa 0,10% dos presos. Sobre os 99,9% restantes da população carcerária, sobra silêncio no Congresso

Por José Casado Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 16 fev 2023, 13h11 - Publicado em 16 fev 2023, 13h05

Senadores e deputados federais passaram a frequentar as prisões do Distrito Federal. São parlamentares que integravam a base do governo Jair Bolsonaro e, agora, compõem o bloco de oposição ao governo Lula.

Eles mantêm um interesse seletivo sobre a população carcerária de Brasília. Privilegiam atenção às condições prisionais de apenas um grupo de detentos — os encarcerados sob acusação de invasão do Congresso, do Supremo Tribunal Federal e do Palácio do Planalto.

Oito senadores de quatro partidos (PL, PP, Republicanos e Novo) visitaram 610 presos na Papuda nesta quarta-feira (16). Hoje, devem se apresentar na penitenciária feminina, conhecida como Colmeia, onde estão detidas 350 mulheres que participaram da insurreição de 8 de janeiro.

Em nota pública, os chefes da oposição no Senado demonstraram preocupação com as fragilidades da infraestrutura prisional. Destacaram deficiências na “qualidade do fornecimento da alimentação aos presos e no atendimento de saúde”.

É caso raro de parlamentares preocupados com o sistema penitenciário. O empenho pessoal nas visitas, outra raridade, é motivado pela empatia político-partidária com um grupo específico de delinquentes, na maioria de classe média.

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Involuntariamente, eles acabam por dar relevo à constante omissão do Congresso sobre as condições prisionais da ampla maioria, as 909 mil pessoas pessoas em todo o país. Quase todos pobres, quase todos negros.

É a terceira maior população carcerária do planeta. Do total, um terço (303 mil) são presos provisórios, com mais de quatro anos de espera por uma sentença judicial de condenação ou absolvição.

No Brasil, de cada cem presos 95 são homens. E 60% têm entre 18 a 34 anos, ou seja estão em idade ativa para o mercado de trabalho.

Senadores e deputados resolveram privilegiar a um grupo que, atualmente, representa apenas 0,10% dos presos brasileiros. Sobre os 99,9% restantes da população prisional, sobra silêncio nas bancadas da oposição e do governo no Senado e na Câmara.

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