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Mara Gabrilli: “Me acusaram, como se eu valesse nada”

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Por José Casado Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 23 ago 2022, 14h00

“O perrengue aconteceu no voo entre Genebra e Zurique quando voltava de mais uma missão na ONU. Ao chegar em Zurique, com chuva e a aeronave em posição remota, não achavam minha cadeira de rodas, mas pediram para que eu deixasse a aeronave imediatamente. Me acusaram de atrapalhar o embarque de outros passageiros que ‘precisavam ir pra casa’. [Foi] como se eu valesse nada e não quisesse o mesmo. Após aguardar por mais de 1h30 dentro do avião, encontraram a cadeira mais danificada, pois já tinham quebrado na ida. Concluíram o estrago na volta. Esse é mais um episódio com a companhia, que me deixou comprar passagem em um voo que não cabia a minha cadeira (…) Perdi compromissos importantes e, agora, são duas cadeiras com perda total. Cinco meses atrás, eles já tinham dado perda total em uma cadeira minha — esse foi o laudo da fabricante —, quando tive que passar um mês, trabalhando pelas pessoas com deficiência na ONU, com a cadeira quebrada. Ao voltar para o Brasil, fiquei meses arcando com fisioterapia para resolver os danos no meu corpo. Desde então, tento contato com as companhias Swiss e Lufthansa, mas elas não retornam. Desta vez, ao conseguir chegar em São Paulo, recebi recado de que a Cia. Aérea Lufthansa não sabia em que lugar da Europa estava a minha cadeira de rodas, mas, não tinha vindo para o Brasil. Pediram que eu saísse da aeronave pois a empresa me emprestaria uma cadeira comum de transporte até a porta do aeroporto. Depois de muito cobrar sobre o paradeiro da minha cadeira, o comandante da aeronave desmentiu a funcionária que havia passado a informação errada. Ou seja, ela simplesmente não queria se dar ao trabalho de procurar de fato minha cadeira de rodas. Se não insistisse, voltaria pra casa sem a cadeira. Essa é uma realidade vivida por inúmeras pessoas com deficiência que diariamente têm problemas com o transporte aéreo. Recebo casos assim todos os dias e buscamos cobrar as empresas. Não falo por mim, falo por todos. Este não é o único perrengue vivido por uma pessoa com deficiência. Já quebraram muitas cadeiras de rodas, já teimaram em carregar muita gente no colo por não pousarem no finger ou por não terem o ambulift à disposição. Sempre tento dar um voto de confiança às empresas aéreas, tentando mostrar o quão importante é atender bem a todos. Estava na ONU representando o meu país na defesa dos direitos humanos. Me entristece saber que todos os dias, de diferentes formas, as pessoas com deficiência são desrespeitadas. A cadeira de rodas é uma extensão do nosso corpo. Sem ela não me locomovo. E com ela quebrada, meu corpo também fica.”

(Mara Gabrilli, senadora pelo PSDB de São Paulo e candidata à vice-presidência da República na chapa de Simone Tebet, do MDB.)

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