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Improviso no Orçamento dá a dimensão do descrédito de Bolsonaro

Orçamento para 2022 apresentado ao Congresso é equação impossível, na matemática e na política. O candidato derrete na crise de desconfiança no governo

Por José Casado Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 1 set 2021, 19h37 - Publicado em 1 set 2021, 08h30
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  • O improviso predomina. A proposta de Orçamento para o ano eleitoral de 2022 que o governo apresentou ontem ao Congresso é exemplo clássico de uma equação impossível, na matemática e na política. É do tipo que não tem solução pelas condições previamente estipuladas.

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    Haveria lógica caso o governo estivesse planejando, em segredo, liquidar parte substancial das suas reservas, estimadas em 353 bilhões de dólares — algo como R$ 1,8 trilhão. O problema se resumiria às consequências, mas isso é outra história.

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    Não sendo assim, o Orçamento só pode ser considerado verdadeiro se Jair Bolsonaro, um candidato de alto risco, estiver preparando em segredo o anúncio da desistência à reeleição — possibilidade que, desde julho, ele insinua.

    Ou então, se houver decidido saltar sem paraquedas no abismo político — nessa hipótese, o ato mais suave seria o suicídio eleitoral.

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    Isso porque, num país com mais de 60 milhões dependendo de auxílio estatal para sobreviver, pobreza avançando em dois terços dos estados e uma inflação à beira de dois dígitos, acompanhada por juros crescentes, o presidente-candidato propôs ao Congresso para 2022:

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    1) Deixar o salário mínimo praticamente congelado, passando dos atuais R$ 1.100 para R$ 1.169. Ou seja, sem aumento real e corrigido por uma inflação que o governo estima em 6,2% — nos últimos doze meses foi de 8,9% no Índice de Preços no Atacado.

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    2) Congelar o Bolsa Família. É o oposto do que o próprio Bolsonaro prometia (duplicação do valor, para R$ 400);

    3) Pagar R$ 89 bilhões em dívidas judiciais obrigatórias, conhecidas como precatórios. Até a semana passada, o ministro da Economia Paulo Guedes repetia que esse pagamento paralisaria o governo durante o ano eleitoral de 2022: “Ninguém recebe salário no setor público, nem ministro do Supremo Tribunal Federal”.

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    Ficções orçamentárias não são novidade. O improviso de ontem, porém, tem o mérito de expressar a dimensão da confusão política em que Jair Bolsonaro se meteu. Sua candidatura derrete na crise de desconfiança no governo. É daquelas situações, como dizia o bem-humorado deputado baiano Luís Eduardo Magalhães (1955-1998), ex-presidente da Câmara, onde não se percebe o menor risco de dar certo.

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