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Informação e análise
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Inércia e recorde de pedidos de impeachment mostram a liquefação política

É bom negócio para Arthur Lira, presidente da Câmara, manter Bolsonaro refém do Centrão. À oposição interessa preservá-lo combalido para a disputa de 2022

Por José Casado Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 23 set 2021, 13h26 - Publicado em 22 set 2021, 08h00

Jair Bolsonaro superou a marca dos 130 pedidos de impeachment registrados na Câmara. Não é pouco para 33 meses de governo. Equivale a uma petição por semana desde que assumiu a presidência, em janeiro de 2019.

Nesse ritmo, até o próximo verão Bolsonaro deve colecionar mais petições de impeachment do que os 161 registrados contra os seus cinco antecessores eleitos pelo voto direto desde a redemocratização, há 32 anos.

Fernando Collor (1990-1992), o primeiro no alvo, acabou apeado do poder.

Fernando Henrique Cardoso (1995-2002) teve 24 pedidos em dois mandatos, conforme a contabilidade da agência Pública.

Lula (2003-2010) tropeçou em 37 em oito anos.

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Dilma (2011-2016) recebeu 68 em menos de cinco anos, e caiu. Seu vice, Michel Temer (2016-2018), amargou 31, média de um por mês. Precisou vencer três votações — uma na Justiça Eleitoral e duas na Câmara — para não ser cassado, chegar ao fim do mandato e passar a faixa ao sucessor.

O recorde de Bolsonaro será ampliado, a partir de outubro, por petições alavancadas no relatório final da CPI da Pandemia, onde será delineada meia dúzia de acusações de crimes de responsabilidade.

Pelas condições de hoje, em Brasília, essa pilha de pedidos continuará aumentando sem qualquer decisão da Câmara, o que é uma maneira de decidir.

É bom negócio para Arthur Lira (PP-AL), presidente da Casa, mantê-lo refém do Centrão.

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É, também, do interesse da oposição preservá-lo como adversário para 2022. Ele é visto como o competidor ideal, porque tem rejeição acima de 50% nas pesquisas, governa uma crise sanitária com mais de 580 mil mortos na pandemia, e está prisioneiro de uma economia combalida, com inflação, desemprego e pobreza em alta.

A inércia e o recorde de petições pelo impeachment de Bolsonaro são fatos relevantes, porque expõem a liquefação da política brasileira.

É notável que, nesse processo, o principal líder da oposição ao governo Bolsonaro seja Jair Messias — um político terrivelmente fiel aos próprios erros, como demonstrou na eloquência do discurso na ONU sobre o “Brasil diferente”.

Nesse país fictício, luta para manter sua base. Ela está em declínio, informa o Datafolha: um ano atrás abrigava 17% dos eleitores, hoje se restringe a 11% do eleitorado.

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