“Não estamos honrando tanta confiança, tanto amor e tanta esperança que eles depositaram em nós. Hoje há uma grande insatisfação democrática, o dinheiro não chega, não dá para pagar as contas. Isso nunca tinha acontecido (…) E dizem: ‘Ela está com raiva, não fala, não faz, ela é má, má, má’. A verdade é que tenho muitos defeitos, mas nunca decido as coisas pelos meus hormônios, e, sim, pelos meus neurônios. Muitos dirigentes de todas as cores e partidos dizem que as mulheres são histéricas e hormonais, mas são elas que lutam para ver quem senta na frente ou atrás. Poder é quando uma pessoa toma uma decisão, e essa decisão é aceita pelo todo. Escolhi uma pessoa [Alberto Fernández] que hoje é presidente, que não representava nenhuma força política que compunha a frente [peronista], mas que, também, me criticava duramente desde 2008. Alguém acha que eu decido as coisas por raiva?”
(Cristina Kirchner, líder peronista, presidente de 2007 a 2015 e atual vice-presidente da Argentina, sobre o seu embate permanente com o presidente Alberto Fernández, também peronista. No governo há quem interprete as críticas ao aliado Fernández como um movimento dela para disputar, pela terceira vez, a presidência argentina, em 2023.)