A CPI começa a semana com uma coletânea de 70 mil páginas de informações sobre irregularidades, omissões e desvios na gestão da pandemia no governo federal, no Ministério da Saúde, em 27 Estados e no Distrito Federal e em centenas de prefeituras.
É o maior volume de dados obtido pela comissão do Senado neste primeiro mês de funcionamento. Está dividido em 260 processos abertos no Tribunal de Contas da União nos últimos 14 meses. Desse total, 240 são auditorias em contas de Estados e Municípios.
O governo Bolsonaro está no centro de 20 casos, nos quais se investigam práticas irregulares, desvios e omissões na gestão da pandemia. São quase dez mil páginas em relatórios de auditoria e anexos.
Esses papéis contam a história da tomada de decisões no governo federal desde o início da maior crise sanitária, que ainda não terminou.
Desde março do ano passado o TCU registra a abertura de um novo processo a cada três semanas sobre o desempenho dos órgãos federais, com destaque para o Ministério da Saúde.
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Num deles (014.575/2020-5) narra-se com detalhes, depoimentos e documentos, como o Ministério da Saúde, sob comando do general Eduardo Pazuello, alterou normas internas na administração de estoques de medicamentos (kit-intubação, entre outros), insumos (de equipamento de proteção individual ao suprimento de oxigênio) e testes de Covid-19.
Pazuello e assessores, segundo o TCU, mudaram regras do ministério e do Plano de Contingência para, deliberadamente, “excluir suas responsabilidades” na crise pandêmica.