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Jorge Pontes Jorge Pontes foi delegado da Polícia Federal e é formado pela FBI National Academy. Foi membro eleito do Comitê Executivo da Interpol em Lyon, França, e é co-autor do livro Crime.Gov - Quando Corrupção e Governo se Misturam.
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A casa caiu para Bolsonaro

Está cada vez mais difícil evitar o derretimento completo do mito do governo incorruptível

Por Jorge Pontes
Atualizado em 30 jun 2021, 09h37 - Publicado em 30 jun 2021, 09h34
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  • Já vínhamos repetindo como uma ladainha, que uma coisa era a certeza de não haver estourado – até agora – escândalos de corrupção no governo Bolsonaro; outra, bem diferente, é de não haver esquemas de corrupção, em gestão ou em andamento, em um determinado governo.

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    As graves denúncias de malfeitos que envolveriam um contrato do governo Bolsonaro para a aquisição do imunizante Covaxin vieram para não deixar mais pedra sobre pedra nessa conversa fiada que os bolsonaristas insistem em vocalizar.

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    Mas difícil mesmo era acreditar que um núcleo político familiar cuja fagulha original traz o DNA de rachadeiros, e que convidou o Centrão inteiro para participar de seu projeto de governo, poderia atravessar uma pinguela sem se sujar de lama.

    Embora as bases bolsonaristas mais fanáticas ainda relutem a entregar os pontos – agarrando-se em novas versões que se apresentam diariamente, conflitantes, a cada aprofundamento das denúncias – está cada vez mais difícil evitar o derretimento completo do mito do governo incorruptível.

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    Pela gravidade dos fatos, o presidente Bolsonaro, na ocasião em que soube do imbróglio, em março (há três meses), deveria ter formalizado um despacho, datado e por escrito, determinando sua apuração cabal, e encaminhado ao Ministério Público Federal ou à Polícia Federal, essa última via Ministério da Justiça.

    Não fez isso. Não formalizou nada, mesmo sendo o chefe de governo, isto é, tendo sob seu comando toda a burocracia federal. E certamente não deve ter comunicado nada oralmente.

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    Logo, não pode provar que tomou qualquer medida. Na realidade, tudo indica que ele não tomou a providência pois certamente não acreditava que a coisa iria adiante.

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    O que o governo faz agora, em finais junho – exonerando servidores suspeitos, suspendendo o contrato da Covaxin e determinando apuração da Polícia Federal no caso, só reforça a convicção de que Bolsonaro teria de fato se omitido, ou melhor, teria prevaricado.

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    Exonerar, suspender contrato e mandar a Polícia Federal apurar eram as medidas a serem tomadas – no papel – em março passado. Agora, soa como colocar tranca em porta arrombada.

    A casa caiu para Jair Bolsonaro.

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