Rosa-do-deserto: a planta gordinha que é um vício
No meio desse outono maluco de São Paulo, que alternou seca extrema com chuva e frio, uma planta que andava adormecida na sacada do meu apartamento de repente arrasou o quarteirão. A rosa-do-deserto – nome popular da espécie denominada de Adenium obesum – gostou tanto das variações radicais do tempo que floresceu com tudo. Hoje relativamente […]

No meio desse outono maluco de São Paulo, que alternou seca extrema com chuva e frio, uma planta que andava adormecida na sacada do meu apartamento de repente arrasou o quarteirão. A rosa-do-deserto – nome popular da espécie denominada de Adenium obesum – gostou tanto das variações radicais do tempo que floresceu com tudo.
Hoje relativamente fácil de encontrar no comércio, essa planta nativa de ambientes áridos do norte da África e do Oriente Médio tornou-se – assim como as orquídeas ou roseiras comuns – um vício para muitos jardineiros. O que é absolutamente compreensível: além da floração magnífica, em tons que variam do branco ao rosa e ao carmim metálico, a rosa-do-deserto é um vegetal muito singular. Mas, apesar de rústica, é cheia de manhas no cultivo.
O obesum do nome científico vem daquilo mesmo que você imaginou ao ver as fotos que ilustram este post: ela é gorducha. Embora comungue o nome popular, a rosa-do-deserto nada tem a ver com a rosa comum. Pertencente à família das apocináceas, é uma planta tipicamente suculenta – ou seja, tem as raízes e caules entumescidos com o objetivo de armazenar água, item escasso em seu ambiente natural, como o deserto do Yemen. Ela começa a dar flores logo cedo, quando a muda tem apenas alguns centímetros e cabe num vaso minúsculo. Mas é na forma adulta, que pode levar anos ou séculos para atingir, que a rosa-do-deserto se mostra em toda sua estranheza bizarra.
O detalhe curioso é que as partes inchadas, que lembram o aspecto de uma pata de elefante, são compostas basicamente pelas raízes que se projetam para fora do chão. O culto à rosa-do-deserto fez surgir uma infinidade de técnicas que visam produzir combinações de cores inéditas, flores com design diferenciado e principalmente raízes nos formatos mais improváveis.
Se você é um jardineiro diletante como eu e deseja obter sucesso em seu cultivo, deve ficar atento a alguns fatores :
1) Plantio – Como a maioria das suculentas, ela necessita de solos com drenagem radical. O vaso tem de ter furos: é bom preencher o fundo com pedras e areia e completar com substrato bem leve, composto de matéria orgânica descompactada e areia grossa. Dica preciosa: nunca deixe prato embaixo do vaso, para não correr o risco de ficar água acumulada
2) Rega – A rosa-do-deserto abomina o excesso d’água. Mas, paradoxalmente, também não gosta da seca total. Conforme a época do ano, duas a três regas comedidas por semana estarão de excelente tamanho. Em épocas como o inverno, quando ela tende a perder as folhas e entrar em dormência nas regiões mais frias, o volume de água deve ser reduzido ainda mais. Dica preciosa: na dúvida, enfie a ponta do dedo na terra para sentir o grau de umidade. O solo deve estar sempre ligeiramente úmido, nunca seco ou molhado demais
3) Luz – Ela é uma planta de sol pleno e abrasador – imagine um ambiente das Arábias. Pode, no entanto, adaptar-se à meia-sombra bem iluminada, desde que tome pelo menos de 5 a 6 horas de sol direto. Dica preciosa: a rosa-do-deserto pode ser susceptível ao excesso de chuvas, mesmo estando plantada num vaso ou canteiro bem drenado. Procure colocá-la num ponto com proteção de outras plantas – e não hesite em mudar o vaso de lugar em períodos exageradamente chuvosos
4) Cuidado – A rosa-do-deserto se beneficia de uma adubação química à base de fósforo, uma ou duas vezes ao ano – mas, atenção, faça isso sempre com comedimento. O adubo só deve ser aplicado após as regas, para não queimar as raízes. Dica preciosa: de vez em quando, vale conferir se o caule/raiz aérea está firme. Se estiver amolecido, é sinal de problemas: falta ou excesso de água, pragas ou podridão das raízes – o que às vezes pode ser sanado com uma poda radical das mesmas e o transplante para um vaso com novo substrato
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