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Parem as máquinas: o sexto filme da série ‘O Exterminador do Futuro’

'Destino Sombrio' tem Linda Hamilton e Schwarzenegger. Mas, pelo jeito, está na hora de os ciborgues se aposentarem

Por Isabela Boscov Atualizado em 1 nov 2019, 11h12 - Publicado em 1 nov 2019, 06h00

Envelhecida e com uma voz roufenha que sugere muita fumaça de cigarro e um tanto de desencanto, Linda Hamilton sai de sua semiaposentadoria para retomar o papel com o qual reafirmou com estrondo, em 1991, uma era de feminismo musculoso e sem sentimentalismo: o de Sarah Connor, mãe heavy-metal do garoto destinado a salvar a humanidade. Linda é, de longe, a melhor coisa de O Exterminador do Futuro: Destino Sombrio (Terminator: Dark Fate, Estados Unidos, 2019), já em cartaz no país — melhor até mesmo que Arnold Schwarzenegger como um ciborgue T-800 convertido à vida trivial dos mortais. Como trabalhou relativamente pouco e sem muita visibilidade nas duas últimas décadas, a atriz ressurge quase intacta da memória dos dois excepcionais filmes dirigidos por James Cameron — em especial O Exterminador do Futuro 2, em que a obsessão com que resistia a um ciborgue muito mais temível, o T-1000, era confundida com loucura. Quando Sarah aparece aqui, com óculos de aviador, botas de combate, armas por todo lado e aquela secura desértica que Linda emprestou à personagem, o espectador alimenta esperanças de que este sexto filme com a marca Exterminador sirva a algum propósito, ainda mais porque agora Cameron está de volta aos créditos como produtor. Uma esperança vã: afora o prazer de rever velhos conhecidos, Destino Sombrio reduz uma ideia que foi brilhante a mote para ficção científica de segunda linha e ação genérica — mesmo que ininterrupta.

Sarah fez um trabalho tão benfeito que mudou de fato o rumo dos acontecimentos. Grace (Mackenzie Davis), a humana “aumentada” que agora vem do futuro, nunca ouviu falar de John Connor nem da Skynet, a rede de inteligência artificial que, na linha do tempo original, dominava o planeta. Mas o ano de 2042 do qual ela chega é igualmente apocalíptico, e a única salvação para ele é Dani Ramos (a fraquíssima Natalia Reyes), uma jovem mexicana que está sendo caçada pelo Rev-9 (Gabriel Luna), um ciborgue que se divide em dois e é indestrutível. Mas, ora, essa é a ideia de sempre. E a esta altura ela é já um apoio bambo no qual escorar um roteiro, porque sempre, também, a indestrutibilidade das máquinas foi desmentida pela garra dos seres humanos.

Sem um ângulo original além da nostalgia por Linda e Schwarzenegger, o diretor Tim Miller, de Deadpool, coreografa sequência após sequência de ação com competência inquestionável, mas não consegue imprimir urgência à história. No filme de 1984, a plateia desmoronava sob o peso da inevitabilidade quando o olho vermelho daquela pilha de sucata se acendia de novo. Agora, já se sabe que os exterminadores vêm e vão, e vêm de novo, definhando junto com o impacto da série.

Publicado em VEJA de 6 de novembro de 2019, edição nº 2659

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