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Felipe Moura Brasil Por Blog Análises irreverentes dos fatos essenciais de política e cultura no Brasil e no resto do mundo, com base na regra de Lima Barreto: "Troça e simplesmente troça, para que tudo caia pelo ridículo".
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O velório de Lula, Dilma e PT já virou enterro

Denúncia e pedido de investigação tornaram impeachment irreversível. Veja resumão

Por Felipe Moura Brasil Atualizado em 30 jul 2020, 22h49 - Publicado em 4 Maio 2016, 14h41
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    Se havia alguma chance de reverter durante os 180 dias de julgamento no Senado Federal a decisão (considerada inevitável até pelo governo) da comissão do impeachment e do plenário pelo afastamento de Dilma Rousseff, o pedido de inquérito contra a petista por obstrução da Lava Jato feito pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, ao Supremo Tribunal Federal e a denúncia contra Lula no inquérito sobre a compra do silêncio do ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró a enterraram de vez.

    Foi o que admitiu nos bastidores um auxiliar da própria Dilma à Globonews.

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    “Não só Dilma será afastada do poder como não terá chance de voltar”, disse ele à repórter Andréia Sadi.

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    Para além do desgaste político da petista com a investigação que tende a ser aprovada pelo ministro Teori Zavascki caso ele mantenha o padrão adotado para os demais pedidos de Janot, o chamado “QG da resistência” do Palácio do Planalto ainda sofrerá um baque fatal com a abertura do inquérito.

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    Isto porque os responsáveis diretos e indiretos pela defesa de Dilma contra o impeachment estarão de quarentena, recebendo salário pago pelo povo, mas terão de bancar advogados – sem contar com dinheiro do PT – e cuidar da sua própria situação, uma vez que também foram alvos do PGR.

    O inquérito contra Dilma busca investigar a nomeação de Lula para a Casa Civil – feita para livrá-lo da alçada do juiz Sérgio Moro conferindo-lhe foro privilegiado no STF – e de Marcelo Navarro Ribeiro Dantas para o Superior Tribunal de Justiça – feita para soltar presos da Lava Jato -, sendo que, segundo o ainda senador Delcídio do Amaral (sem partido-MS), o suposto advogado-geral da União, José Eduardo Cardozo, também fez movimentações para tentar soltar presos da operação.

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    O pedido de Janot contra Dilma, Lula e Cardozo por obstrução da Lava Jato tem como base a delação premiada de Delcídio, assim como outro pedido do PGR, que busca incluir, no inquérito sobre o esquema de corrupção da Petrobras:

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    – Lula;
    – Jaques Wagner (atual chefe de gabinete de Dilma);
    – os ministros Edinho Silva (Comunicação Social) e Ricardo Berzoini (Secretaria de Governo);
    – os ex-ministros Antônio Palocci e Erenice Guerra;
    – Giles Azevedo (ex-chefe de gabinete de Dilma);
    – José Carlos Bumlai (amigo de Lula preso pela Lava Jato);
    – Paulo Okamotto (atual presidente do Instituto Lula);
    – José Sergio Gabrielli (ex-presidente da Petrobras);
    – entre outros.

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    Janot apontou Wagner, Edinho e Berzoini, ao lado de Delcídio, como “chefes da organização” criminosa do petrolão “no âmbito dos membros do PT” e afirmou que essa organização jamais poderia ter funcionado por tantos anos e de uma forma tão ampla sem que o ex-presidente Lula dela participasse.

    Este blog afirma, por analogia, que as fraudes fiscais denunciadas no processo de impeachment jamais poderiam ter sido cometidas por tantos anos e de uma forma tão ampla nos bancos federais (atingindo quase 60 bilhões de reais em dívidas) sem que a suposta presidente Dilma delas participasse.

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    Neste caso, a própria Constituição impõe a sua responsabilidade no artigo 84, inciso II, repetidamente citado pelo procurador Júlio Marcelo na comissão:

    “Compete privativamente ao Presidente da República: exercer, com o auxílio dos Ministros de Estado, a direção superior da administração federal”.

    Como os decretos de crédito suplementar criados sem autorização do Congresso Nacional foram assinados pela própria Dilma, a tentativa de eximi-la de responsabilidade por ambos os crimes é apenas contorcionismo retórico e esperneio histérico no teatro protagonizado por Cardozo e ecoado pela Bancada da Chupeta.

    O discurso do governo e do PT vem sendo demolidos pela revelação dos fatos e, assim como a tentativa de acusar um “golpe de Estado” foi desmascarada até por ministros do STF, as de partidarizar a Lava Jato e acusar Moro de justiceiro ficaram ainda mais patéticas após o fechamento do cerco contra os petistas ter partido de Janot, que foi indicado e reconduzido para o cargo pela própria Dilma – o que levou Lula a chamá-lo de “ingrato” em conversa interceptada pela PF.

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    Resultado: um amigo de Lula disse à Folha que o ex-presidente está deprimido, chateado e muito preocupado; e um auxiliar de Dilma disse a Gerson Camarotti, do G1, que nomear Lula como ministro foi uma imprudência do governo, porque “isto levou a Lava Jato para dentro do Planalto”.

    A maior de todas as imprudências, na verdade, foi a do eleitorado brasileiro, que permitiu que a organização criminosa chegasse ao poder, do qual Dilma, agora, recusa-se a sair sem atacar seus outrora escudeiros Janot e Delcídio e sem arrombar ainda mais os cofres públicos, em patente vingança contra o vice-presidente Michel Temer.

    O “pacote de bondades” que ela distribui às vésperas do impeachment para posar de benevolente é mais uma maldade contra o Brasil que deverá deixar uma “bomba fiscal” de 10 bilhões de reais para o provável governo Temer, a quem Dilma quer impor o fardo de se desgastar com eventuais cortes.

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    Nunca antes na história deste país houve um fim de governo tão melancólico, mesquinho e desonrado. Embora ainda haja muita sujeira para varrer na política e na cultura brasileiras, pelo menos o velório de Lula, Dilma e PT já virou enterro.

    Alguém, por favor, avise ao Lindbergh.

    Lindbergh chupa

    Felipe Moura Brasil ⎯ https://veja.abril.com.br/blog/felipe-moura-brasil

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