Quem é a primeira-ministra da Dinamarca, Helle Thorning Schmidt, para Barack Obama?
Uma fã.
Como negar uma foto ‘selfie‘ com uma fã?
Não dá.
Quem é o presidente interino de Cuba, Raúl Castro, para Barack Obama?
Um fã.
Como negar um aperto de mão a um fã?
Não dá.
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Sobre essa foto na cerimônia em memória de Mandela, Obama declarou à rádio colombiana “La FM”, já devidamente informado de que o velhinho que cumprimentara era Castro:
“Normal. Somos pessoas civilizadas. Se você ler meu discurso, obedece a isso.”
Não se pode negar que Castro é uma pessoa civilizada. Ele amarrava seus adversários em árvores para que os atiradores tivessem menos trabalho na hora do fuzilamento.
Eu também li o ‘selfie’, quer dizer, o discurso de Obama sobre Mandela:
“(…) Com honestidade, independentemente de nosso estado ou circunstância, devemos perguntar: ‘Como eu apliquei suas lições em minha própria vida?’”
Quem será que faz isso?
“É uma pergunta que eu me faço – como homem e como presidente.”
Claro.
“(…) Mas deixe-me dizer aos jovens da África e jovens de todo o mundo – vocês podem fazer do trabalho de sua vida o seu próprio.”
Quem será que fez isso?
“Mais de trinta anos atrás, quando eu ainda era um estudante, estudei as lutas de Mandela e as lutas desta terra.”
Claro.
“Isso mexeu com algo em mim.”
E o que aconteceu?
“Ele me despertou para as minhas responsabilidades – para os outros, e para mim mesmo – e me pôs em uma viagem improvável que me conduziu até aqui hoje.”
Um exemplo.
“E, embora eu sempre seja aquém do exemplo de Madiba, ele me faz querer ser melhor.”
Lindo.
Não há dúvida de que o ato de cumprimentar Raúl Castro “obedece a isso”. Era mais um momento em que Obama concedia sua grandeza aos fãs, no grande evento em seu tributo.