A mulher sapiens Dilma Rousseff convocou, para as seis da tarde, reunião de emergência com presidentes dos partidos aliados e líderes da base.
O objetivo, segundo um aliado ouvido pela Folha, é “acalmar a base e pedir que os parlamentares a defendam no Congresso ‘diante desse clima de impeachment’”.
Ou seja: Dilma quer multiplicar o número de Josés Eduardos Cardozos que xinguem a medida pregada por Lula em 1992 como “um profundo despudor democrático”, “um incontido revanchismo eleitoral”, um “desejo de golpe sob o manto da aparente legalidade” e “algo reprovável do ponto de vista jurídico e ético”.
Muito sensíveis à propaganda petista, tucanos fazem questão de se explicar, como fez Aécio Neves na convenção do partido no domingo: “Não cabe ao PSDB antecipar a saída de presidente da República. Não somos golpistas”.
Mesmo assim, Dilma está desesperada com a ação do tucanato no TSE e com o risco de rejeição das contas no TCU – e a convenção adversária, bem ou mal, aumentou o clima de impeachment, sugerindo o fim precoce do governo por meios institucionais.
O líder do PSDB na Câmara, deputado Carlos Sampaio (SP), afirmou em artigo para a Folha de domingo que, caso as contas governamentais de 2014 sejam rejeitadas no tribunal em razão das pedaladas fiscais, “não haverá outro caminho que não seja um processo de cassação do mandato de Dilma a ser conduzido no Congresso”.
Segundo a coluna Radar, Dilma vai explicar na reunião desta tarde que não houve ilegalidade nas pedaladas fiscais.
Repito: o PT só comete crimes dentro da lei – com um profundo pudor democrático, é claro.
Felipe Moura Brasil ⎯ https://veja.abril.com.br/blog/felipe-moura-brasil
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