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Steven Spielberg quebra o silêncio sobre onda antissemita e Israel

Um dos maiores nomes judeus de Hollywood, o cineasta teme extremismo contra judeus pelo mundo e nega apoio aos ataques contra civis de Gaza

Por Thiago Gelli Atualizado em 9 Maio 2024, 11h02 - Publicado em 26 mar 2024, 12h27
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  • Entre aventuras de Indiana Jones e parques jurássicos, Steven Spielberg nunca negou sua identidade como homem judeu, a qual destacou em obras como o drama A Lista de Schindler e seu recente longa autobiográfico Os Fabelmans, que demonstra o antissemitismo sofrido em sua juventude. Agora, porém, o cineasta teme ter que “lutar novamente pelo direito ao judaísmo”. Na noite de segunda-feira, 25 de março, Spielberg palestrou em evento da USC Shoah Foundation — criada pelo próprio em 1994 para eternizar registros de sobreviventes da Segunda Guerra — e denunciou uma crescente antissemita global, quebrando seu silêncio sobre o conflito entre Israel e Palestina.

    Segundo ele, “os ecos da história são inegáveis na conjuntura atual” e a ascensão do extremismo tem criado ambientes perigosos pelo globo, “apontando a uma sociedade que não mais celebra diferenças, mas conspira para demonizar ‘o outro'”, tendência que aponta como base fascista. Spielberg ainda repetiu a máxima do filósofo George Santayana — “aqueles que não conseguem lembrar o passado estão condenados a repeti-lo” — e chamou atenção para a desumanização de outros grupos étnicos, como muçulmanos, árabes e siques. Citando Gaza pela primeira vez desde a escalada do conflito no Oriente Médio, ele também estimulou o salão a “compreender o poder da empatia” e afirmou que “é possível se ultrajar com os feitos hediondos dos terroristas de 7 de outubro e, ainda, protestar a morte de mulheres e crianças inocentes em Gaza”. Antes disso, o diretor havia se declarado brevemente em dezembro, quando disse nunca ter imaginado ser possível ver “tamanha barbaridade impronunciável contra judeus” em sua vida.

    O conflito em Israel tem criado uma divisão nos Estados Unidos, onde a indústria de entretenimento é dividida entre sionistas e apoiadores do Estado Palestino. Enquanto atrizes como Susan Sarandon e Melissa Barrera perderam contratos por sua oposição pública às forças militares israelenses, astros como Amy Schumer, Jennifer Jason Leigh e Noah Schnapp se dedicam a abaixo-assinados e protestos públicos contra o cessar-fogo. Mais recentemente, as críticas do diretor Jonathan Glazer ao conflito — transmitidas ao vivo na noite do Oscar — resultaram em uma carta aberta de protesto assinada por mais de 1000 sionistas da indústria.

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