Assine VEJA por R$2,00/semana
Imagem Blog

Em Cartaz Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO

Por Raquel Carneiro
Do cinema ao streaming, um blog com estreias, notícias e dicas de filmes que valem o ingresso – e alertas sobre os que não valem nem uma pipoca
Continua após publicidade

´Precisamos ter mais empatia por imigrantes negras’, diz atriz de ‘Nanny’

Vencedor do prêmio máximo no Festival de Sundance, longa mescla drama ao terror para falar de senegalesa em busca do ilusório “sonho americano”

Por Marcelo Canquerino 20 dez 2022, 11h18

Deixar o próprio filho no Senegal não foi fácil, mas Aisha precisou ir embora do país para buscar melhores condições de vida. Imigrante ilegal nos Estados Unidos, ela arranja um trabalho aparentemente simples como babá de uma menina, filha de um casal branco de classe alta de Nova York. Com o objetivo de juntar dinheiro e trazer o filho para perto de si, Aisha enfrenta problemas que vão além das mazelas e abusos que imigrantes sofrem: ela começa a ser assombrada por seres sobrenaturais que estão tentando lhe fazer um alerta. Em uma mistura hipnotizante de drama e terror psicológico, Nanny, que chegou recentemente ao Amazon Prime Video, faz uma crítica contundente à ilusão do “sonho americano”. 

Conduzido pela americana Nikyatu Jusu em sua estreia na direção, o longa venceu o prêmio do júri no Festival de Cinema de Sundance deste ano. Em entrevista a VEJA, a diretora contou que a história de Aisha foi levemente inspirada em sua própria mãe. “Eu nasci na América, mas meus pais são de Serra Leoa. Minha mãe teve ótima educação, era uma artista, mas teve de sacrificar suas aspirações para aceitar empregos que eu sempre senti que estavam abaixo dela. Um desses trabalhos era o trabalho doméstico”, explicou. Com pretensão de ir além de um drama convencional, Nikyatu decidiu incorporar elementos de horror e folclore que falassem com suas origens na África Ocidental. 

Além das visões que Aisha presencia, a grande maioria delas envolvendo água e uma espécie de sereia, os problemas que enfrenta no cotidiano se provam igualmente assustadores — em algumas ocasiões, até piores. A patroa, interpretada pela ótima Michelle Monaghan, frequentemente esquece os pagamentos da protagonista, além de não gostar nada quando descobre que a filha está mais apegada à babá que à mãe ausente. “Precisamos estar mais atentos às pessoas ao nosso redor, ter mais empatia pela realidade de mulheres negras imigrantes e reconhecer que os motivos pelos quais elas saíram de suas casas não são frívolos e triviais”, contou Anna Diop, atriz que dá vida a Aisha, em entrevista a VEJA. 

Com uma trama poderosa e duramente universal, Nanny ganha força no terreno do horror ao retratar uma realidade que ainda assola muitas imigrantes, principalmente aquelas que vêm de países da África para os Estados Unidos. Entre o real e o sobrenatural, o longa também é um terreno fértil para a discussão de temas como maternidade e abuso de poder entre classes sociais distintas. 

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.