Assine VEJA por R$2,00/semana
Imagem Blog

Em Cartaz Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO

Por Raquel Carneiro
Do cinema ao streaming, um blog com estreias, notícias e dicas de filmes que valem o ingresso – e alertas sobre os que não valem nem uma pipoca
Continua após publicidade

Por que ‘Duna 2’ é um filme que veio para abalar o cinema

A segunda parte da épica adaptação se afasta das cenas contemplativas para focar a ação e o drama — e entrega um dos filmes mais avassaladores do ano

Por Felipe Branco Cruz Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 1 mar 2024, 14h52 - Publicado em 1 mar 2024, 06h00

Um grupo de guerreiros fremen observa a distância Paul Atreides (Timothée Chalamet) fincar na colina um objeto que provoca batidas sincopadas no chão. O objetivo é atrair os gigantes vermes de areia que ele aprendeu a controlar como herdeiro de uma das casas mais nobres do Imperium. É um momento decisivo: nascido e criado no idílico planeta Caladan, Paul é visto por muitos como um novo Messias, mas uma parcela de céticos o despreza. Minutos depois, uma imensa quantidade de terra se desloca em direção ao rapaz, sugando-o para o abismo. Quando ele ressurge cavalgando a monstruosa criatura, é imediatamente aclamado como um deus. A cena é só uma dentre as muitas passagens extasiantes de Duna — Parte Dois, já em cartaz nos cinemas. Com roteiro que equilibra de forma virtuosa tensão, emoção, humor e filosofia, embalados por uma fotografia e uma trilha que impressionam, a sequência oferece bem mais que o estupor contemplativo do filme inicial de 2021. Nas 2h45 de duração, a franquia do diretor Denis Villeneuve devolve ao cinema de fantasia um frescor que andava sumido desde O Senhor dos Anéis (2001) — distanciando-se de vez de qualquer comparação com o chatérrimo filme dos anos 1980 com Sting e direção de David Lynch.

Adaptação do clássico da ficção científica escrito por Frank Herbert em 1965, a história de Duna é ambientada num futuro distante, onde um império intergaláctico feudal domina todo o universo conhecido. Mas as atenções estão voltadas para Arrakis, um imenso e desértico planeta. O local abriga “a especiaria”, raríssimo mineral alucinógeno que expande as capacidades cognitivas dos humanos, permitindo-lhes fazer os cálculos necessários para navegar entre os planetas, numa era futura em que a inteligência artificial foi banida. O papo nerd serve só de pano de fundo para uma reflexão exemplar sobre os dilemas de um mundo emparedado entre o totalitarismo e o fundamentalismo religioso — em resumo, diante da triste opção entre um mal e outro.

ESPETÁCULO - Zendaya: entre tantas feras, ela é quem mais arrasa
ESPETÁCULO - Zendaya: entre tantas feras, ela é quem mais arrasa (Niko Tavernise/Warner Bros. Pictures/.)

Em 1979, ao falar sobre sua saga, Frank Herbert alertou sobre a perigosa tendência humana de confiar as decisões a um líder carismático: “A lição final de Duna é: cuidado com os heróis. É muito melhor confiar em seu próprio julgamento e em seus próprios erros”. O comportamento ambíguo de Atreides no novo filme ilustra tais riscos. Quando assume finalmente o comando de seu povo, após relutar em ser sua liderança espiritual, ele convoca as pessoas para uma “guerra santa” — e não para livrá-las da opressão.

Continua após a publicidade

Duna — Parte Dois é, acima de tudo, uma prova eloquente (talvez a maior desde a pandemia) de que o cinema na tela grande está vivíssimo. A música épica, os planos abertos e as batalhas são poesia visual pura. Mesmo quando somos transportados para o monocromático planeta dos Harkonnens, liderados pelo Barão (Stellan Skarsgård) e os sobrinhos Beast Rabban (Dave Bautista) e Feyd-­Rautha (Austin Butler), ou para Kaitan, capital do Imperium, onde reinam Shaddam IV (Christopher Walken) e sua filha, Irulan (Florence Pugh), o encanto se mantém. Entre tantas atuações acima da média, é Zendaya, no papel da guerreira Chani, par romântico de Chalamet, quem arrasa nas cenas de ação. Não bastasse ser espetacular, Duna 2 tem uma atriz que é um espetáculo em si.

Publicado em VEJA de 1º de março de 2024, edição nº 2882

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.