Enquanto o Festival de Cannes se desenrola no luxuoso centro de eventos Palais des Festivals, à beira da costa azul francesa, no subsolo do prédio o cenário se transforma: ali não transitam as estrelas de cinema, mas sim os responsáveis por fomentar o mercado cinematográfico ao redor do mundo. O espaço em formato de feira é parte essencial da Marché du Film, que conecta profissionais do meio através de reuniões, palestras, apresentações, entre outras ações voltadas para aquecer a economia criativa global — e o Brasil tem lugar cativo nesse meio.
Há 18 anos, o estande Cinema do Brasil serve de base para esse networking entre distribuidores e produtores de diversos países presentes no festival, com o intuito de aumentar parcerias e levar o cinema nacional às salas internacionais. Segundo dados disponibilizados pela organização do projeto, o resultado da ação a longo prazo se revela no aumento do número de coproduções entre Brasil e outros países, que recentemente se estabilizou em uma média de 30 parcerias por ano. No balanço referente ao Festival de Cannes 2023, a ação resultou em negócios avaliados em 18 milhões de reais. Após doze meses do evento, essas parcerias geraram 45 milhões de reais.
A ação é parte do Programa de Promoção e Internacionalização do Cinema Nacional e foi criado pelo Sindicato da Indústria Audiovisual do Estado de São Paulo (Siaesp), em parceria com a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil). Entre os apoiadores do programa estão a Spcine, a InvestSP e a Rio Filme, além de 94 empresas associadas do setor.
Este ano, três títulos brasileiros competem em mostras oficiais do festival e contarão com o suporte do estande. São eles Motel Destino, novo longa de Karim Aïnouz, que concorre à Palma de Ouro; seguido por Baby, de Marcelo Caetano, selecionado para a Semana da Crítica do Festival; e Amarela, de André Hayato Saito, que concorre à Palma de Ouro entre os curta-metragens. O Festival de Cannes começa em 14 de maio e vai até o dia 25.