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Por Raquel Carneiro
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‘O Homem do Norte’ é ‘representação fiel dos vikings’, diz Skarsgard

Ator falou a VEJA sobre os desafios de rodar o filme que acaba de chegar aos cinemas brasileiros

Por Isabela Boscov Atualizado em 12 Maio 2022, 15h36 - Publicado em 12 Maio 2022, 15h15

O sueco Alexander Skarsgård, 45 anos, enfrentou desafios inéditos na carreira em O Homem do Norte, novo filme de Robert Eggers (de A Bruxa). Uma representação fiel da época dos vikings, o filme narra a história de Amleth, um guerreiro que vai vingar o pai, que foi assassinado pelo próprio irmão — lenda que viria a inspirar a peça Hamlet, de William Shakespeare. O ator falou a VEJA sobre a experiência de fazer um filme do tipo em plena pandemia e exposto às condições climáticas adversas. Confira:

Alexander, você queria fazer um filme de vikings, certo? Sim.

Rapaz, você com certeza teve seu desejo atendido. E com sobra!

Então vamos começar por aí: as crianças na Suécia, Dinamarca ou Noruega ainda crescem com os mitos e fábulas do passado viking? Sim e não. Está muito no nosso DNA e somos lembrados disso constantemente. Existem milhares de pedras rúnicas na Suécia [pedras com inscrições vikings], não muito longe de onde passei meus verões quando criança. Havia cerca de 200 pedras rúnicas, pedras maciças, lá perto. Então isso teve um forte impacto em mim quando eu era criança. Você pode caminhar até elas e tocá-las, e tocar nas inscrições. E a ideia de que um viking estava lá onde eu estava 1.000 anos atrás, esculpindo essa pedra para celebrar a morte de seu pai, foi um momento realmente profundo. Então talvez de certa forma a semente já tenha sido plantada ali. Mas depois disso você cresce e já não liga tanto. Porém, percebi que quando eu estava viajando por outros países e as pessoas descobriam que eu era da Suécia, elas tinham um fascínio muito forte pelos vikings, pela cultura viking e pela mitologia nórdica, e muitas vezes sabiam mais sobre isso do que eu. Há cerca de dez anos, então, comecei a brincar com a ideia de fazer o filme viking que eu nunca tinha visto: uma representação fiel da era viking e da mitologia nórdica. Foi assim que começou.

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Como foi a sensação de estar  imerso em um ambiente tão autêntico? Robert é famoso por não deixar passar nem um pequeno detalhe, e suponho que isso seja um grande trunfo para um ator. Mas há as realidades práticas: é frio, úmido e muito desconfortável, e pode ser brutal.

Qual o efeito psicológico de estar naquele lugar? É absolutamente um trunfo estar em um set de filmagem que é 100% autêntico – o fato de que tudo, desde as roupas que você está vestindo até a edificação em que está, parece exatamente como teria sido há 1.000 anos. Rob trabalhou com os melhores historiadores e estudiosos para moldar este mundo e construí-lo. E fiquei realmente impressionado com seu compromisso com a autenticidade. Isso é tremendamente útil para um ator: você toca a madeira e sabe que ela teria exatamente essa textura 1.000 anos atrás; quando está remando um navio, sabe que ele foi construído precisamente como há 1.000 anos, e exige de você o que exigiria de um viking então. Estar à mercê dos elementos também foi útil: não precisávamos fingir que estávamos desconfortáveis, cansados e com frio, porque estávamos. Era real, estava tudo lá. Podíamos simplesmente entrar nesse ambiente e existir nele.

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Por outro lado, a jornada do seu personagem é muito brutal. Não mexe um pouco com a cabeça ser esse personagem, naquele lugar, e desejar vingança tão ferozmente o tempo todo? Você tem que acreditar no sistema de crenças da época e criar uma relação com o sobrenatural – uma conexão com os deuses, uma crença no destino, uma crença no que você deve fazer e como deve fazê-lo, com honra. Porque essa é a essência do personagem e é isso que o move. E foi importante para mim encontrar esse prumo, ater-me a ele e não julgar o personagem, não olhar para ele através dos meus óculos de 2022.

Anya Taylor-Joy como Olga em 'O Homem do Norte'
Anya Taylor-Joy como Olga em ‘O Homem do Norte’ (//Divulgação)

Quão difícil foi manter esse estado de espírito e o extraordinário nível de compromisso com o personagem que você mostra na tela com todas as interrupções e atrasos causados pela pandemia? Eu me fixei na gratidão e na alegria por um filme como este estar em produção – um filme não só muito grande, mas concebido por um cineasta autoral decidido a filmá-lo em película, o que é muito caro. Foi uma filmagem muito longa. Estávamos a cinco dias de começar a fotografia principal quando a pandemia atingiu a Europa e tivemos que cancelar tudo. E eu estou neste ramo há tempo suficiente para saber que quando os filmes são interrompidos antes de você começar a fotografia principal, muita coisa pode acontecer, e às vezes eles nunca são retomados. Passei cinco meses em compasso de espera, treinando sem parar porque a qualquer momento poderíamos receber um telefonema e sermos chamados de volta, o que aconteceu quando finalmente conseguiram elaborar um protocolo sanitário. Tenha em mente que este foi o primeiro filme de grande orçamento a ser filmado durante a pandemia. Não podíamos nem olhar para outras produções e dizer, Ah, foi assim que eles fizeram. Tivemos que descobrir como estar seguros com 300 ou 400 pessoas no set, antes que a vacina fosse lançada. Foi muito, muito desafiador. Mas que experiência!

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