Morre Glenda Jackson, atriz britânica que foi de Hollywood ao parlamento
Inglesa começou a carreira no teatro, ganhou dois Oscars em Hollywood e passou décadas longe da atuação para se dedicar à política
A atriz britânica Glenda Jackson, vencedora de dois Oscars e ex-política, morreu nesta quinta-feira, 15, aos 87 anos, em decorrência de “uma doença breve”, informou um comunicado divulgado pelo jornal The Guardian. “Ela morreu pacificamente em sua casa em Blackheath, Londres, nesta manhã, após uma breve doença, com sua família ao seu lado”, detalhou o agente Lionel Larner,
Nascida em Birkenhead, em 1936, Jackson era a primogênita de quatro filhas de um casal de classe baixa — 0 pai era pedreiro e mãe faxineira. Com dificuldades financeiras, começou a carreira no teatro na adolescência, graças a uma bolsa de estudos na Royal Academy of Dramatic Art. Nos palcos, estourou na Broadway com Marat/Sade, em 1966, o que pavimentou seu caminho para as telas. Mais tarde, no cinema, se sagraria com dois Oscars de melhor atriz, por seus papéis em Mulheres Apaixonadas (1970) e Um Toque de Classe (1973). Outros trabalhos de destaque incluem Mary, Queen of Scots (1971), Hedda (1975), The Incredible Sarah (1976) e Hopscotch (1980).
Na década de 1990, já com uma carreira consolidada na indústria, tomou a decisão de se afastar da atuação para se dedicar à política. Assim, Jackson foi eleita para o parlamento britânico em 1992, pelo Partido Trabalhista. Cinco anos depois, quando seu partido chegou ao comando, ficou responsável pelo transporte londrino. No parlamento até 2015, ela teve uma carreira marcada por críticas afiadas a Tony Blair, além do discurso viral no parlamento contra Margareth Thatcher após sua morte, em 2013, em que acusou a ex-primeira-ministra de causar um “hediondo dano social, econômico e espiritual” no país.
Em 2015, Jackson decidiu não concorrer à reeleição, e se voltou novamente à atuação. Depois de 23 anos de ausência, voltou aos palcos no final de 2016, em Rei Lear , de William Shakespeare. Pouco depois, em 2018, retornou à Broadway em uma releitura de Three Tall Women, de Edward Albee, pelo qual foi aclamada com um Tony Award de melhor atriz. Também voltou às telas em 2019, com o drama televisivo Elizabeth Is Missing, da BBC, em que vivia idosa lutando contra a demência, papel que rendeu a ela um BAFTA e um Emmy Internacional.