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Por Raquel Carneiro
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Até os demônios padecem de tédio diante do filme ‘O Exorcista do Papa’

O filme de terror e ação com Russel Crowe é tão vergonhoso que o espírito do espectador vai precisar de um banho de sal grosso ao fim da sessão

Por Thiago Gelli Atualizado em 7 abr 2023, 14h08 - Publicado em 6 abr 2023, 14h57

O padre Gabriele Amorth faleceu em 2016, aos 91 anos, após ter supostamente realizado mais de 60.000 exorcismos em nome da Diocese de Roma, o Vaticano. Publicou oito livros com suas histórias e foi objeto de estudo de diversos documentários — um deles dirigido por William Friedkin, cineasta responsável por O Exorcista, de 1973. A história de Amorth agora chega aos cinemas em O Exorcista do Papa, filme com Russel Crowe na pele do famoso personagem. Mas em vez de causar medo, o longa causa riso até nos espíritos mais cabeludos: trata-se de uma desengonçada comédia de ação, além de um mea culpa pelos piores crimes da Igreja Católica 

No longa dirigido por Julius Avery, de Operação Overlord, o protagonista não é tão padre, e sim uma espécie de assassino de aluguel clássico do cinema americano. Amigo do Papa (vivido por Franco Nero, ator lenda do cinema europeu, tão perdido quanto Crowe no elenco do filme), Gabriele é pressionado pela nova ordem do Vaticano a deixar sua posição considerada arcaica. Quando uma família americana desperta um demônio em uma abadia espanhola, no entanto, ele deve subir em sua lambreta Ferrari e voltar à guerra divina. 

O que o exorcista não espera é desenterrar uma história milenar, que vai até os idos da Inquisição Espanhola e passa pelos escândalos de abuso do Vaticano. Sem se entregar completamente ao pastiche ou à ambiguidade, O Exorcista do Papa se preocupa com explicações descabidas e arcos emocionais emprestados de todo e qualquer derivado gratuito da premissa de possessão. A blasfêmia cometida por um menor de idade é versão atenuada do que foi feito há 50 anos, acrescida apenas de um constante grunhido cartunesco. A violência, a sensualidade e o trauma pipocam sutilmente aqui e acolá, mas de jeito que não avermelha nem as bochechas do mais devoto. Cada acontecimento é apenas filmado, mas não interpretado: na câmera ou nos espaços não há senso de perigo, movimento, profundidade ou emoção. A alquimia entre o terror conservador, humor sem timing e performances sem energia, logo, resulta no esperado tédio. Isso, nenhum super-padre tem o poder de exorcizar.

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