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Por João Batista Oliveira
O que as evidências mostram sobre o que funciona de fato na área de Educação? O autor conta com a participação dos leitores para enriquecer esse debate.
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Pandemia de Covid-19 e volta às aulas: o que dizem os pais?

É preciso usar armas poderosas e eficazes para buscar os alunos em casa e atendê-los, de preferência, onde devem estar: na escola

Por João Batista Oliveira Atualizado em 29 jun 2021, 13h28 - Publicado em 28 jun 2021, 15h02

O relatório de pesquisa Educação não presencial na perspectiva dos estudantes e suas famílias, divulgado no dia 21 de junho, foi encomendado ao Datafolha pela Fundação Lemann, Itaú Social e Imaginable Futures. O relatório fala por si mesmo. Faço aqui alguns comentários sobre quatro aspectos que merecem profundas e rápidas respostas dos governos municipais e estaduais.

Primeiro, todos querem voltar às aulas, apesar do medo da contaminação. Grande parte prefere a volta parcial (ensino híbrido). Mas quer voltar. Não desconheço as restrições impostas por injunções legais para a volta às aulas. Nem os riscos, que podem ser mitigados com medidas adequadas. As evidências sobre o baixo nível de risco comparado com possíveis consequências de prolongar a suspensão de aulas refletem, a meu ver, uma atitude comodista, inconsequente e irresponsável das autoridades, inclusive e especialmente as que determinam o fechamento das escolas. Só a pressão dos pais e da sociedade pode provocar a reabertura das escolas.

Segundo, apesar do enorme esforço da maioria das redes de ensino, prevalecem o amadorismo e o improviso. O esforço é generalizado: 79% dos respondentes recebem algum tipo de orientação. Mas, dentre eles, apenas 40% recebem material impresso. Ou seja, 60% dos alunos não recebem material impresso, e aí se incluem os livros didáticos que, bem ou mal, foram pensados para fins de estudo e aprendizagem. Como há poucos materiais adequados para divulgar pela mídia, resta o espaço para a improvisação, que tem pouca chance de sucesso.

Terceiro, é pobre o nível de soluções que vêm sendo contempladas – e que refletem a pobreza do pensamento vigente sobre como lidar com a volta às aulas: aulas aos sábados, prorrogar o ano letivo, aulas em dias alternados. Predomina a crença no formal. Olhar para a realidade e para as evidências ajudaria a encontrar soluções mais promissoras: diagnosticar os alunos, enturmar de maneira compatível com o diagnóstico e concentrar o ensino nas disciplinas básicas (Língua Portuguesa e Matemática). Menos, mas bem feito, é sempre melhor do que esgarçar os recursos e fazer mais do mesmo em piores condições. Contemplar soluções formais leva ao mesmo lugar aonde sempre chegamos: a mediocridade.

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Quarto, o risco da evasão. O risco da evasão existe e o perfil dos potenciais evadidos é conhecido. Eventualmente, já sabemos até o nome, endereço e CEP. Já passou da hora de identificar esse tipo de problema – a hora de evitar a evasão é agora. São conhecidas as formas de evitar ou minimizar esses riscos. Cabe às autoridades implementá-las desde já. Diagnósticos – como qualquer avaliação – são úteis para subsidiar decisões. Está passando da hora de agir.

Somente no futuro saberemos quais redes de ensino foram mais sábias em suas decisões. Recente estudo com alunos da rede municipal de Viamão (RS) mostra que ações bem calibradas da Secretaria e das escolas, e a forma como agem junto às famílias e aos alunos, fazem diferença. Ganha a guerra quem vai lá, e a guerra continua. Menos do que heroísmo ou busca de soluções inovadores ou criativas (leia-se: amadorismo), é preciso usar armas poderosas e eficazes para buscar os alunos em casa e atendê-los, de preferência, onde devem estar: na escola.

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