Assine VEJA por R$2,00/semana
Dora Kramer Coisas da política. Este conteúdo é exclusivo para assinantes.
Continua após publicidade

Um abuso das autoridades

O modo e o ritmo de votação revelam intenção de Congresso de inibir investigações

Por Dora Kramer 16 ago 2019, 11h21
  • Seguir materia Seguindo materia
  • Ninguém quer nem deve conviver com abusos de autoridade, é óbvio. A lei já aprovada no Senado e confirmada nesta semana pela Câmara, contudo, sinaliza um abuso das autoridades congressuais em seu evidente afã de inibir a ação de investigadores e julgadores. Quem disse que estamos vivendo num ambiente de barbárie policial e/ou judicial?

    Publicidade

    Na verdade, até o processo do mensalão e depois com a Operação Lava-Jato prevalecia a impunidade. Até então não se falava em abusos, considerando-se inexorável ao sistema brasileiro a “lentidão” da Justiça. Tal preocupação só surgiu quando começaram as punições a políticos e grandes empresários.

    Publicidade

    A aprovação da dita lei contra abuso de autoridade tem tudo para pôr a população contra o Congresso, seja pelo alto grau de subjetividade contido na definição do que seria abuso, seja pela desproporcional dureza das penas ou pelo momento, o modo e o ritmo da aprovação na Câmara.

    Voto simbólico e em caráter de urgência, francamente, não é a maneira mais correta de se tratar um assunto dessa complexidade, amplitude e importância para a sociedade. Impróprio também fazer isso no momento de fragilidade da Lava-Jato, de fortalecimento do Poder Legislativo, de atos inibidores a investigações vindos do Supremo Tribunal Federal e de mudança de atitude do presidente da República em relação ao combate da corrupção por causa de suspeições envolvendo familiares e amigos.

    Publicidade
    Continua após a publicidade

    O presidente da Câmara, Rodrigo Maia, conduziu o processo num claro acordo com a maioria dos partidos para acelerar a votação e fazê-la de modo simbólico, sem a explicitação da posição de cada deputado.

    Não seria um exagero pensar que Maia fez o que os líderes queriam pensando no apoio interno à tentativa que fará em 2020 para mudar a regra que impede a reeleição do presidente numa mesma legislatura, a fim de concorrer de novo ao comando da Câmara que, assim, ocuparia pela quarta vez.

    Publicidade
    Publicidade
    Publicidade

    Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

    Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

    Domine o fato. Confie na fonte.

    10 grandes marcas em uma única assinatura digital

    MELHOR
    OFERTA

    Digital Completo
    Digital Completo

    Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

    a partir de R$ 2,00/semana*

    ou
    Impressa + Digital
    Impressa + Digital

    Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

    a partir de R$ 39,90/mês

    *Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
    *Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

    PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
    Fechar

    Não vá embora sem ler essa matéria!
    Assista um anúncio e leia grátis
    CLIQUE AQUI.