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Tudo incerto no front

Vai-se o 2017 cheio de emoções, vem um 2018 repleto de incógnitas

Por Dora Kramer Atualizado em 31 jan 2018, 15h08 - Publicado em 29 dez 2017, 06h00
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  • Vamos lá encarar mais um ano desta era de turbulências brasileiras. Apesar de todos os pesares, perturbações muito bem-vindas e extremamente didáticas. Começamos logo pelo julgamento que poderá condenar à prisão um ex-presidente que, ainda assim, se diz disposto a disputar de novo o cargo, animado pelo primeiro lugar nas pesquisas eleitorais a despeito da enorme folha corrida de dívidas com a Justiça. Coisas do Brasil.

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    Vai-se o 2017 cheio de emoções, vem por aí um 2018 repleto de incertezas e agitação. Há a retrospectiva e a perspectiva. A primeira, no balanço do ano que se encerra, poderia ser retratada graficamente por meio de aclives e declives sucessivos, à moda das montanhas-russas. Nenhum momento de sossego, o sobressalto permanente. A segunda, indicativa do futuro, tampouco autoriza o desenho de cenários seguros: a incógnita permeia o ambiente. Não é para menos, levando-se em conta que duas denúncias de corrupção contra o presidente ungido por força do impeachment da antecessora são algo inédito, nacional e internacionalmente falando. Já os métodos de compra e venda de votos para impedir que avançassem as investigações seguiram a malfadada tradição do fisiologismo, em versão mais recentemente ampliada para a chantagem explícita contra governadores, na tentativa de aprovar a reforma da Previdência, prejudicada justamente por atos do presidente que resultaram nas denúncias.

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    Se lhe salvou o mandato, a metodologia não angariou a Temer respeito por parte dos cidadãos. A quase totalidade do país o rejeita. Daí termos por óbvio que a hipótese de Michel Temer se candidatar à reeleição, conforme ele mesmo andou insinuando, é nula. Assim como não é crível que ele venha a atuar como cabo eleitoral “substancioso”, para usar palavra dele em momento de otimismo delirante.

    Tomemos, então, a alegada candidatura do ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, como representante do governo em 2018. Por ora uma fantasia. Muito mais destinada a pressionar o tucano Geraldo Alckmin a aderir às condições de apoio do PMDB do que qualquer outra coisa.

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    Em abril, prazo final para sua desincompatibilização do cargo, veremos se o ministro da Fazenda fala sério ou se participa de uma falácia. Em princípio trata-se da segunda hipótese. Aguardemos. Até lá, consideremos o seguinte: Meirelles não tem apelo popular, charme pessoal ou capital de serviços prestados à economia nem de longe parecido com o que possibilitou a Fernando Henrique sair da Fazenda para o Planalto.

    No campo eleitoral, o governo ainda está a pé. Com a única vantagem de que não conta com adversários consolidados como favoritos no cenário. Lula pendurado em vários fios da lei, Bolsonaro na corda bamba do próprio despreparo, Alckmin na linha de tiro da desconfiança do eleitorado em seu partido e o resto por ora é o resto que também aguarda o desenrolar dos acontecimentos, à espera da solução para a incógnita da complicadíssima equação político-policial-jurídico-eleitoral desse 2018 nesta altura ainda insondável.

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    Publicado em VEJA de 3 de janeiro de 2018, edição nº 2563

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