Perdida a guerra da comunicação contra a vacina e com ela um assunto para animar os radicais, o presidente da República resolveu editar decretos para afrouxar a compra, posse e controle de armas como forma de manter aberto o diálogo com o público que gosta esse tipo de conversa.
É também um jeito de Jair Bolsonaro dar a esse pessoal a sensação de que a chamada pauta de costumes está sendo tocada, pois o presidente sabe muito bem que se depender do Congresso essa agenda fica na gaveta.
A julgar pela reação, não de oposicionistas, mas de governistas principalmente na Câmara, os decretos hoje têm mais chance de serem derrubados do que mantidos. As manifestações contrárias no campo do Centrão foram muitas e veementes.
Muito bem, sabendo desse risco, por que o presidente insiste? Porque a ele não importa uma derrota a mais ou a menos no Parlamento. O que interessa a ele é o papo com a plateia à qual sempre poderá dizer que tentou fazer as coisas, mas o Congresso não deixou.