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Mora na (vã) filosofia

Dias de glória do “guru” sentam praça na antessala do ostracismo

Por Dora Kramer Atualizado em 22 mar 2019, 07h01 - Publicado em 22 mar 2019, 07h00
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  • Olavo de Carvalho vive dias de intensa glória. Convém que os aproveite, pois serão breves. O assim intitulado filósofo com a eclética trajetória de astrólogo, escritor, mentor de alunos de cursos a distância, líder de esquadra armada por insultos na internet e eminência nada pálida do atual governo não conhece os códigos do poder.

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    O mais básico deles reza que a exposição excessiva senta praça na antessala do ostracismo. Outro ensina que, quando se ultrapassam certos limites, cedo ou tarde dia de muito se traduz em véspera de nada. Antigos poderosos hoje privados de voz e até da liberdade são testemunhas de que o que extrapola não raro prejudica.

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    Um terceiro item do manual do poder mostra que a capacidade de criar atritos é diretamente proporcional à produção de inimigos interessados na queda de prestígio e/ou influência do autor. Dele decorre uma quarta cláusula: o elogio do adversário é sinal de alerta e indicativo de risco. Ainda mais se você está mais longe do alvo que o inimigo.

    Olavo de Carvalho opera da Virgínia (EUA) via Twitter, enquanto seus mais recentes alvos atuam no Planalto: Hamilton Mourão, no escritório da Vice-Presidência localizado no anexo do palácio, e Augusto Heleno, ministro de Segurança Institucional, no andar de cima do gabinete presidencial. Ambos física e conceitualmente próximos do chefe da Secretaria de Governo da Presidência, Carlos Alberto Santos Cruz, e do porta-voz Otávio do Rêgo Barros, todos eles generais e tachados por Olavo de Carvalho de “militares com mentalidade golpista”.

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    Na visita de Estado aos Estados Unidos o dito guru recebeu elogios explícitos do presidente Jair Bolsonaro e do ministro da Economia, Paulo Guedes. Foi também tratado com gentileza por Heleno e Rêgo Barros, a despeito dos insultos. Formalidades. No cenário em que atuam as forças responsáveis pela correção de rumos (vale dizer, com o apoio dos políticos incrustados nos postos de comando do Parlamento), a realidade é outra bem diferente.

    Sabe o leitor aquela história do técnico de futebol “prestigiado” às vésperas do desprestígio fatal? Pois então, pode enquadrar aí as loas a Olavo de Carvalho e respectiva influência de vida curta. Vítima do desconhecimento dos códigos do poder.

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    DOIS PERDIDOS

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    Hoje existe uma linha de união entre adversários tradicionais nas últimas décadas, PT e PSDB: estão ambos perdidos na cena da política. Líderes petistas mais ponderados concordam com os radicais e reconhecem que não há o que fazer a não ser investir na campanha pela libertação de Lula, mesmo sem grande chance de sucesso.

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    Já aos tucanos tradicionais resta a tentativa de impedir que João Doria assuma o controle do PSDB. José Serra, Fernando Henrique Cardoso, Geraldo Alckmin e Tasso Jereissati uniram-se para tomar a presidência em maio. Querem Antonio Anastasia, que não quer nem ouvir falar em aceitar a empreitada.

    Publicado em VEJA de 27 de março de 2019, edição nº 2627

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