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Bolsonaro faz amarga limonada

Fiel ao seu estilo, presidente enfrenta crise criando mais confusão

Por Dora Kramer Atualizado em 30 mar 2021, 15h14 - Publicado em 30 mar 2021, 09h51
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  • O presidente Jair Bolsonaro quis fazer a famosa limonada do limão que era a demissão de Ernesto Araújo sob intensa pressão do Congresso, do mundo diplomático, de empresários, banqueiros, financistas e economistas. Criou um fato político e transformou as manchetes do dia, que apontariam seu isolamento e perda de poder, na reforma ministerial.

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    O problema é o estilo. Fiel a ele, o presidente da República lidou com o problema criando mais confusão. Notadamente na área militar, pois suscitou a desconfiança de que demitiu o ministro da Defesa para obter apoio das Forças Armadas às suas investidas autoritárias. Dificilmente conseguirá e deixará os militares na posição de explicitar os limites de suas funções constitucionais que vão no sentido oposto aos desejos do presidente.

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    No Itamaraty, promoveu uma troca que é vista mais como uma mudança de modos e menos como uma alteração no rumo da política externa. Na jogada de espetáculo, deixou em segundo plano a pressão pela demissão do assessor Felipe Martins. O autor do gesto obsceno/supremacista feito no Senado segue no cargo.

    Outra zona de atrito criada na reforma é a mudança no Ministério da Justiça, para onde vai o delegado Anderson Torres, um adepto da visão linha dura na segurança pública. Com isso, o presidente reacende o debate sobre a ideia dele de controlar a Polícia Federal, pois o indicado será bem mais permeável a isso do que foi, por exemplo, o ex-ministro Sergio Moro.

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    Para concluir, o aceno ao Centrão feito com a nomeação de uma deputada do PL (Flávia Arruda) para a Secretaria de Governo, responsável pela articulação política. A troca faz sentido, já que não fazia o menor sentido o posto ser ocupado por alguém fora do ramo, no caso um general.

    Pode ter sido uma tentativa de apaziguar os ânimos na base de sustentação no Parlamento, mas nem de longe será suficiente para fazer o Centrão adotar uma posição de subserviência a atitudes do presidente que se chocam com as demandas da maioria da população no manejo da crise sanitária. Neste aspecto, continuará valendo a regra segundo a qual politico segue o funeral mas não compartilha a cova na hora do enterro.

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