Jair Bolsonaro prometeu aos seus fiéis que enquadraria o Supremo Tribunal às suas vontades, mas por ora vai sendo enquadrado aos ditames do STF.
O presidente que em novembro do ano passado disse que não iria depor de jeito nenhum no inquérito que apura denúncias sobre interferência na Polícia Federal – o que foi negado pelo relator da ação, Alexandre de Moraes -, agora toma a iniciativa não só de atender à Justiça como se dispõe a fazer isso presencialmente.
Se ele na hora H e no dia D vai falar ou se recorrerá ao direito de, como investigado, ficar em silêncio são outros 500 a serem conferidos adiante. Por enquanto, há dois significados a serem destacados no gesto presidencial.
Primeiro, ao tomar a iniciativa, evita que o STF tome a decisão sobre o depoimento presencial e, assim, lhe imponha nova derrota. E segundo lugar, e talvez o mais importante do ponto de vista institucional, mostra que entendeu direitinho o recado dado pelo ministro Luiz Fux em função do fatídico 7 de setembro: ou cumpre decisão da Justiça ou se arrisca a ter um pedido de impeachment enviado à Câmara com a pesada assinatura da Corte suprema.