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Por Laryssa Borges
A repórter Laryssa Borges, de VEJA, relata sua participação em uma das mais importantes experiências científicas da atualidade: a busca da vacina contra o coronavírus. Laryssa é voluntária inscrita no programa de testagem do imunizante produzido pelo laboratório Janssen-Cilag, braço farmacêutico da Johnson & Johnson.
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Como voluntária, sinto que os brasileiros estão cavando a própria cova

Nem notícia de que o Canadá autorizou uso emergencial de vacina da Janssen, que testo desde o ano passado, ameniza a sensação de estarmos andando para trás

Por Laryssa Borges Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 8 mar 2021, 12h51 - Publicado em 8 mar 2021, 12h42

8 de março, 10h58: Vivemos o pior momento da pandemia, com saldo de 10.000 brasileiros mortos em uma semana. A média móvel de óbitos bateu o nono recorde seguido. A variante P.1, que assolou Manaus, se espalha perigosamente por todo o país. No Distrito Federal, onde moro, a taxa de ocupação de UTIs na rede pública de saúde chegou a 97% na manhã desta segunda-feira.

A poucos metros de casa, uma academia de ginástica abriu as portas hoje. O cartório da região, que devia funcionar apenas com agendamento prévio, registra falsamente, para fins de fiscalização, que o cliente havia marcado um horário de atendimento. O governador anuncia a reabertura de instituições de ensino e academias como parte da “retomada de atividades econômicas”. Talvez não estejamos vivos para usufruir da economia protegida pelas autoridades.

Como voluntária de uma vacina anti-Covid, a semana começa sombria, com o sentimento de revolta diante do pouco caso das pessoas no enfrentamento do vírus – sem máscaras, aglomeradas, fazendo protestos contra um lockdown que infelizmente nunca existiu. Depois de quase quatro meses testando a eficácia e segurança do imunizante experimental da Janssen, a certeza é de que nós, brasileiros, estamos andando para trás. Cavando a própria cova.

A sensação de impotência não é atenuada nem pela notícia de que a Janssen-Cilag, braço farmacêutico da Johnson & Johnson, recebeu autorização dos órgãos sanitários do Canadá para uso emergencial do imunizante. Serão distribuídas por lá 10 milhões de doses ao longo do ano para a proteção de pessoas acima de 18 anos. A vacina do laboratório belga já foi a mais desejada pelo governo brasileiro por ser de dose única, de refrigeração comum e, pasmem, por ser vinculada a J&J, uma empresa americana, e não à China comunista. Ainda assim, as negociações para a aquisição do produto andam a passos lentos. A reunião do laboratório com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) só está agendada para a terça-feira da próxima semana, quando deve ser discutido o pedido de uso emergencial.

A cada dia mais pessoas parecem anestesiadas diante da dor alheia. Somos 265.411 mortos — até este instante.

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