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Mestre e doutor em Oftalmologia pela Escola Paulista de Medicina (Unifesp), é presidente institucional do Instituto Coalizão Saúde e do conselho do Hospital Albert Einstein
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Exibir sorrisos poderá ser realidade de novo

Com mais de 70% dos brasileiros já completamente imunizados contra a Covid-19, governantes discutem flexibilização do uso de máscaras

Por Claudio Lottenberg
9 mar 2022, 14h56

Na próxima sexta-feira (11), a declaração feita pela Organização Mundial da Saúde (OMS) de que o mundo se encontrava em uma pandemia de covid-19 completará dois anos. Não há ainda um término em vista, e o risco de novas variantes se mantém. Mas, atualmente, o mundo está a uma boa distância do ponto em que nada se sabia da doença e em que não existiam vacinas. Já se pode dizer que, ao menos do ponto de vista da cobertura vacinal, houve uma evolução positiva. Diante disso, já existe espaço para se discutir alguma flexibilização no uso de máscaras.

No Rio de Janeiro, o governo municipal publica hoje (7) decreto que torna não obrigatório o uso de máscaras em locais fechados – tornando-se a primeira capital brasileira a adotar tal medida. O Estado de São Paulo, por sua vez, decidiu retirar a obrigatoriedade das máscaras em ambientes ao ar livre (para ambientes fechados, nada muda). Além da capital fluminense, outras também flexibilizaram em alguma medida o uso, como São Luiz (MA), Cuiabá (MT), Belo Horizonte (MG), Porto Alegre (RS) e Florianópolis (SC). Goiânia vai avaliar se segue o mesmo caminho após duas semanas do fim do Carnaval.

Tais movimentos parecem contrastar com o que se viu no início deste ano, quando houve um avanço expressivo de casos devido ao alastramento da variante ômicron. A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) verificou, em nota técnica publicada em 10 de fevereiro, que no mês anterior a média móvel de sete dias chegou a atingir um pico de 189 mil casos – ou seja, mais que o dobro da média de 77 mil casos aferidos em março de 2021. Além disso, o país já registra 652 mil vítimas da doença. Em 27 de fevereiro, houve pouco mais de 800 óbitos, patamar a que não se voltava desde julho do ano passado.

Mas a situação vem mudando. No Brasil, em que pesem os percalços iniciais do processo de imunização da população, já são cerca de 72% os brasileiros que completaram o primeiro ciclo vacinal (com duas doses ou dose única), e mais de 30% já tomaram a dose de reforço. Os dados confirmam que a população aderiu ao processo de vacinação, o que também se mostrou fundamental para impedir o colapso dos sistemas de saúde. Diversos Estados vêm registrando redução nas internações e na ocupação de UTIs em razão da covid-19. É o caso de Porto Alegre, onde houve uma queda de cerca de 25% na ocupação dos leitos e de 29% nas internações nos últimos 15 dias (até 4 de março). O mesmo se viu em São Paulo: a ocupação de UTIs recuou de 68% para 58% na semana anterior à do Carnaval.

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A flexibilização, no entanto, tem de ser um processo gradual. Seria uma temeridade amenizar restrições sem que isso seja lastreado por um acompanhamento atento e constante dos dados de internações, óbitos, novos casos e do avanço da vacinação. Ainda há que se verificar que impacto as aglomerações registradas no Carnaval em diversos locais do país (apesar do cancelamento das festas de rua e dos desfiles em muitas cidades) poderá ter exercido. Mas dispor de 72% de brasileiros já completamente imunizados é um marco positivo a ser considerado. Cabe, porém, ajustar dentro desta avaliação que os assim considerados grupos de risco (e aí me refiro aos grupos de imunossuprimidos, pacientes crônicos, etc.), em tese, devem manter o uso de máscaras.

Já circulam comentários de que a pandemia estaria prestes a terminar. Em âmbito global, isso talvez seja um otimismo ainda excessivo. Afinal, a OMS diz que a única forma de conter a variante ômicron é vacinar ao menos 70% da população global, mas, na África como um todo, apenas 11% da população está completamente imunizada. A vacina tem de chegar de forma mais equilibrada a todos os continentes, para diminuir a desigualdade entre países quase totalmente imunizados, enquanto outros mal começaram o processo.

No Brasil como um todo , ainda que em algumas regiões o acesso à vacina seja mais trabalhoso, o percentual de brasileiros imunizados permite o afrouxamento gradual das medidas restritivas. Desobrigar o uso de máscaras, desde que seja feito com cautela e monitoramento, é um bom começo.

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