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Claudio Lottenberg Mestre e doutor em Oftalmologia pela Escola Paulista de Medicina (Unifesp), é presidente institucional do Instituto Coalizão Saúde e do conselho do Hospital Albert Einstein
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Chave da vacinação é convencer, influenciar e educar

Sem convicção, sem educação e sem influência, a vacinação em massa de um país continental como o Brasil não andará

Por Claudio Lottenberg
4 jan 2021, 19h58
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  • Temos falado muito sobre a importância da interação entre privado e público no processo para chegarmos à vacinação contra a Covid-19. Temos insistido também nas questões relacionadas à logística desse processo. Mas é preciso questionar mais do que esses dois pontos, porque a vacina, cujas causas são complexas, ainda traz incertezas. Faltam esclarecimentos a muitos influenciadores, médicos e enfermeiros mais confiáveis​, e há o risco de que a desinformação aumente. Para que isso não aconteça, a sociedade científica – e nela dispomos de grandes nomes e referências no nosso país – tem que ser escutada.

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    Sempre é possível, claro, que a incerteza diminua à medida em que um programa de vacinação avance nos próximos meses, se não no Brasil, ao menos em outros países – na vizinha Argentina, por exemplo, a imunização já começou. Mas não saberemos por algum tempo ainda. E, quando tivermos a informação, poderá ser tarde demais para agir.

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    Situações passadas bem-sucedidas sugerem que alcançar a vacinação em larga escala exigirá que se crie uma convicção muito mais forte entre pacientes e influenciadores. Será preciso oferecer um alto nível de conveniência e garantir que a vacinação seja realmente acessível (no custo e no processo). Entregar convicção, conveniência e isenção de custos exigirá mudanças nas ações das partes interessadas em todas as áreas. Os setores público e privado terão de se unir em uma campanha sem precedentes, a fim de estimular desenvolvimento e inovação cada vez maiores de infraestrutura. Prestadores de serviços de saúde e pagadores devem colocar a vacinação no topo de suas agendas e aqui não importa se pelo SUS ou pelo setor suplementar.

    No setor empresarial, empregadores devem se mobilizar e promover ações que apoiem os funcionários a serem vacinados.
    Não se sabe o nível de adoção da vacina a que se terá de chegar para que possamos retomar a “normalidade”, mas já são mais claros os benefícios de conduzir a população à imunidade de rebanho. Esta reduziria não só morbidade e mortalidade relacionadas à Covid-19 como os custos de tratamento associados. Aliviaria a pressão sobre os Estados para continuarem a manter a proteção relacionada e permitiria maior crescimento econômico.

    A maior adoção de vacinas ainda elevaria a confiança na segurança das atividades econômicas e sociais – o que também seria agente de um crescimento econômico mais forte. A imunidade do rebanho também pode aumentar a confiança das empresas contra o risco de ressurgimento da Covid-19 e inspirar mais investimentos e contratações.

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    Nos Estados Unidos, a baixa adesão a medidas de saúde pública é a norma. No Brasil, no entanto, se dá o contrário – basta ver, por exemplo, o sucesso de nossos programas de vacinação. Fato é que estamos preocupados com a segurança e os efeitos colaterais de uma vacina contra a Covid-19, especialmente dada a velocidade sem precedentes com que as vacinas ora em início de aplicação foram desenvolvidas e o pouco tempo de que se dispôs para monitorar seu desenvolvimento.

    Sem convicção, sem educação e sem influência, a vacinação em massa de um país continental como o Brasil não andará. Quem sabe este seja um momento importante para mobilizar a sociedade civil. Afinal, políticas públicas derivam não só de governos, mas de todos nós.

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    Claudio Lottenberg é presidente do Conselho da Sociedade Beneficente Israelita Brasileira Albert Einstein, do Instituto Coalizão Saúde e da Conib (Confederação Israelita do Brasil).

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