Se tudo correr como esperado, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva deixará o encontro com o presidente americano Joe Biden, nesta sexta-feira, com bons motivos para comemorar. Além de a visita sacramentar a reaproximação com os Estados Unidos após a derrota do ex-presidente Jair Bolsonaro, ganhou força a possibilidade de Biden anunciar já neste encontro a adesão ao Fundo Amazônia, que recebe doações para combate ao desmatamento e proteção da floresta no Brasil.
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A notícia, que circulou inicialmente pela agência Reuters, dá a Lula uma ajuda relevante para equilibrar seus pratos na visita aos EUA. O presidente viajou com a missão de fortalecer as relações com os americanos. Mas a visita é um teste real para a nova diplomacia brasileira, bem diferente das visitas que ele fez à Argentina e ao Uruguai, por exemplo. Lula quer reatar e fortalecer as relações com os EUA. Mas sem melindrar outros parceiros comerciais. Principalmente o maior deles, a China.
Um anúncio concreto focado no Fundo Amazônia é uma mão na roda para o presidente brasileiro, porque pauta essa reaproximação inicialmente pela agenda climática e não comercial. Menor o risco de arderem os olhos dos chineses, que devem receber Lula entre março e abril.
É claro que a agenda de Lula e Biden não vai se restringir à questão climática. Até pela comitiva escolhida para acompanhar o presidente, sabe-se que outros assuntos importantes estão na agenda. Além do chanceler Mauro Vieira, entram na lista nomes como Marina Silva (Meio Ambiente), Fernando Haddad (Fazenda) e Anielle Franco (Igualdade Racial).
A conjuntura política brasileira, naturalmente, vai aparecer. Assim, abre-se espaço para que os dois tratem de combate ao extremismo e às fake news. Mas Lula tem indicado que não quer nem saber de transformar o encontro numa sessão de terapia sobre Jair Bolsonaro, os atos golpistas que aconteceram em 8 de janeiro e o respeito ao resultado de sua eleição. E o presidente faz muito bem em olhar para frente.
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