A jogada de Lula para criar uma agenda positiva para o Bolsa Família
Governo age para neutralizar o corte na lista de beneficiários do programa e promete retomar busca ativa de famílias vulneráveis
Decidido a eliminar do cadastro do Bolsa Família todos os que não cumprem os requisitos para receber o benefício, o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva trabalha simultaneamente numa “agenda positiva” para o programa de transferência de renda. A ideia é que as discussões sobre o programa não fiquem restritas aos cortes. Há preocupação em deixar claro que o motivo da exclusão de beneficiários é o combate a fraudes e passar a mensagem de que as vagas serão preenchidas por quem mais precisa.
Uma medida nessa direção é a retomada da chamada “busca ativa” de famílias que têm direito ao Bolsa Família, mas que hoje não estão cadastradas no programa. A medida já havia sido anunciada na largada do novo governo e começou a ser detalhada nesta semana pelo ministro do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Wellington Dias. O plano é ter equipes encarregadas de procurar pelo País afora famílias em condição extremamente vulnerável, com pouco acesso à informação e que desconhecem o direito ao benefício.
Ontem, Dias reafirmou que o recadastramento do Bolsa Família terá início por um grupo onde há maior indício de fraudes e irregularidades, que comporta aproximadamente 2,5 milhões de famílias. O ministro se referia ao número de beneficiários estimados ainda durante o governo Bolsonaro, que teriam ingressado irregularmente no Auxílio Brasil por conta da flexibilização de controles do programa na pandemia.
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