Hoje a Caixa Econômica mudou sua posição em relação ao financiamento imobiliário e revogou as restrições impostas em maio do ano passado. Imóveis usados agora podem ter 70% em vez de 50% do valor financiado. A regra vale para casas e apartamentos até 750.000 reais em São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Distrito Federal e até 650.000 reais nos demais estados (leia mais aqui).
Engana-se quem pensa que o teto de 750.000 reais dará vastas opções de compra aos interessados. O levantamento Knight Frank/The Wealth Report 2016 revela o que é possível comprar ao redor do mundo com 1 milhão de dólares (na cotação do dia, são cerca de 3,8 milhões de reais). A pesquisa considerou apenas imóveis de categoria premium. A partir daí, fez uma planta fictícia incluindo todos os possíveis cômodos (foto).
São Paulo é uma das cidades pesquisadas. Quem chegar na cidade com 1 milhão de dólares no bolso leva uma sala de estar de 203 metros quadrados. Em patamar semelhante estão Istambul, na Turquia, e Mumbai, na Índia.
Já em Miami, o mesmo milhão de dólares só compra um terraço de 77 metros quadrados. Em Londres, então, sobra o banheiro da suíte, 22 metros quadrados. Mônaco só permite que se pague por um closet de 17 metros quadrados, a metragem menos acessível entre todos os locais analisados. Hong Kong vem logo atrás, metrópole onde um lavabo de 20 metros quadrados já custa 1 milhão de dólares.
O levantamento foi feito para ajudar bilionários do mundo todo a decidir onde comprar seus imóveis.
Para os demais mortais, pesquisas semelhantes demandam muita sola de sapato e a ajuda de corretores até conseguir encontrar uma localização vantajosa que caiba no bolso. Para tornar a procura ainda mais emocionante, lembre-se de baixar o 1 milhão de dólares para 750.000 reais.
De qualquer forma, as novas regras divulgadas pela Caixa vêm em boa hora para tentar reverter a estagnação do mercado imobiliário e a dificuldade enfrentada por incorporadoras e construtoras. Conforme dito num post anterior, parte dos empresários do segmento têm investido em Miami para tentar sobreviver à crise. Para o consumidor, pode ser a chance de conquistar a casa própria em um cenário em que a falta de crédito, os juros altos e o risco de desemprego jogam pesadamente contra isso.
Por Mariana Barros
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