Vlady Oliver: Gol da Alemanha
Foi muita sorte termos um Temer – e não um Cunha, por exemplo – como 'vice em exercício'
Esse é um filme que eu já vi. Voltam de férias os nossos políticos e recomeça a bizarrice. A choradeira, a vigarice, a dissimulação. Os arroubos de civismo avariado. Os discursos inflamados – ou seriam chamuscados? O fato é que ninguém aguenta mais esses Lindbergues, essas Kátias, essas Graziotins e companhia. A derrota é fato consumado. Só não foi consumido até agora. E ficamos aqui, pagando a conta toda, vendo as “otoridades” fazendo o que bem entendem para esticar essa ladainha até o estouro da sacola. É insuportável.
De insuportável em insuportável, vamos suportando com toda a paciência este espetáculo bisonho e desentendido. A imprensa local, que nem pensa em imprensar alguém, tenta sobreviver ao ostracismo com mãos e demãos de verniz barato, tentando polir o impolível. E ficamos assim, diante do golpe mal consumado, da roubalheira oceânica, das obras que se desfazem com o vento e da turminha do cacarejo indecente e impertinente nos nossos ouvidos catatônicos. Um porre.
Na saraivada de gols que fizeram daquela famosa partida da seleção canarinho um dejá vu, vamos vendo sempre mais do mesmo, exatamente como sempre foi. Não vou apelar aqui para o “eu te disse, eu te disse”, mas sou obrigado a dizer aqui aquilo que eu já sabia: eu te disse. A pérola da semana fica para a descoberta de que aqueles amiguinhos emplumados também eram escolados na escola da roubalheira. Não vou aqui invocar a “estratégia das tesouras”, que afirma que toda seita pilantra precisa de uma escadaria para lhe levar ao cofre, mas fica cada dia mais clara a razão pela qual não tivemos oposição por aqui até hoje, não é mesmo?
Já se dizia à boca pequena que eram padrinhos, afilhados, acomadrados e cúmplices da vigarice. Agora sabemos do que se trata a goleada. Chegados num apagão, o partido do socialismo com guaimuns gigantes bem que tentou parecer limpinho frente ao crime. Infelizmente não deu. O que eram suspeitos tinham nome, sobrenome e vídeos gravados. Isso eu já sabia. O que nenhum de nós sabe é o desfecho dessa vigarice toda. De todas as mentiras contadas pelos petistas, a única verdade é que eles não foram os únicos. Nem os primeiros.
Logo após o Plano Real, entramos numa longa e tenebrosa ladeira. Sempre denunciei isso aqui mesmo. Sempre pedi para que olhassem os números. Sempre falei que não houve rupturas entre um PT e outro. Eram todos a mesma coisa, operando do mesmo jeito. Agora está claro? De tudo isso, volto a afirmar que foi muita sorte termos um Temer – e não um Cunha, por exemplo – como “vice em exercício”. A culatra saiu pelo tiro, para estes amiguinhos do socialismo intercambiável. A farsa – e a partida – finalmente acabou. Perdemos de goleada. Apagamos. E eu te disse.