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Outros outubros virão

O escrutínio tem de ser permanente e garantido pela liberdade de expressão, que implica tolerância dos eleitos com a crítica, sem punições ou perseguições

Por Dimas Ramalho
Atualizado em 30 jul 2020, 20h08 - Publicado em 25 nov 2018, 15h07
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  • Dimas Ramalho (publicado no Poder 360)

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    Muitos países se autoatribuem o status de democracia. Nem sempre são assim reconhecidos pela comunidade internacional. De acordo com o relatório de 2018 da organização Freedom House, que analisa direitos políticos e liberdades civis em todo o planeta, apenas 45% das nações são consideradas “livres”, 30% são “parcialmente livres” e 25% são classificadas como “não livres”.

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    Decerto que há graduações nesses 3 grupos, mas o Brasil, felizmente, está na 1ª categoria. E o que faz de nosso Estado uma democracia? O embate político que exaltou ânimos em 2018 teve como efeito paralelo a banalização de conceitos complexos, como “comunismo” e “fascismo”. Repetidos à exaustão, acabaram perdendo contornos claros.

    Faltou pouco para o mesmo acontecer com a ideia de “democracia”, trazida à arena eleitoral por atores de todo o espectro, sempre no intuito de reforçar o próprio discurso.

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    A célebre definição de Abraham Lincoln, que traduziu democracia como “o governo do povo, pelo povo, para o povo”, inspira, mas não é concreta o suficiente para fixarmos critérios que poderiam disparar eventuais alarmes.

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    Por isso, é oportuno retomar o esquema proposto por Robert Dahl, em seu clássico Sobre a Democracia (1998), que estabeleceu seis fundamentos necessários para que um regime político mereça tal status.

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    Começando pelo começo, os cidadãos só terão algum controle sobre as decisões políticas se escolherem diretamente seus governantes. E essa escolha apenas terá efeito se as eleições forem livres, justas e regulares, o que permite aos governados corrigir rumos e substituir representantes no pleito seguinte.

    O escrutínio tem de ser permanente e garantido pela liberdade de expressão, que implica tolerância dos eleitos com a crítica, sem punições ou perseguições. Essa crítica será mais sólida se a sociedade tiver acesso a fontes alternativas de informação, que deem vazão a pontos de vista plurais, divergentes do discurso oficial e de posições ideológicas hegemônicas.

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    Cidadãos esclarecidos também precisam de liberdade para se associar a partidos ou entidades organizadas no intuito de reivindicar direitos de qualquer grupo social. Por fim, só haverá democracia plena, segundo Dahl, se o Estado estiver comprometido com a cidadania inclusiva, cuja ideia é garantir a todo cidadão os direitos previstos no sistema normativo nacional.

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    Um breve cotejamento entre esses critérios e o que observamos no Brasil nas últimas três décadas permite-nos dizer com um grau razoável de segurança que o ambiente institucional, público e privado, que construímos faz do nosso país uma democracia.

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    Tensões são intrínsecas desse regime, já que a disputa e a diversidade compõem sua essência. E 2018 trouxe novidades ainda não compreendidas totalmente, como a explosão da campanha digital, com suas virtudes e fantasmas distópicos.

    O que ninguém pode negar é que houve oportunidade à alternância de poder e que a liberdade de expressão foi exercitada intensamente.

    Cabe agora à oposição combater sem dinamitar pontes que servem a todos. Sobre os vencedores pesa a responsabilidade de não alimentar retrocessos e de fortalecer os fundamentos da democracia.

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    A cada um de nós fica o dever de zelar, de onde estivermos, para que não surjam dúvidas de que vivemos em uma nação livre. Até porque 2020 está logo ali.

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