Assine VEJA por R$2,00/semana
Augusto Nunes Por Coluna Com palavras e imagens, esta página tenta apressar a chegada do futuro que o Brasil espera deitado em berço esplêndido. E lembrar aos sem-memória o que não pode ser esquecido. Este conteúdo é exclusivo para assinantes.
Continua após publicidade

O abraço das afogadas

Erenice Guerra é o nervo exposto de Dilma Rousseff. É a chaga viva, a ferida que não cauteriza, o estigma irremovível, a cicatriz riscada a faca. Por vontade de Dilma, Erenice acumulou durante sete anos o posto de braço-direito e a chefia da quadrilha formada por parentes e agregados. Quando Dilma deixou o gabinete, foi […]

Por Augusto Nunes Atualizado em 31 jul 2020, 13h57 - Publicado em 13 out 2010, 12h27
  • Seguir materia Seguindo materia
  • Erenice Guerra é o nervo exposto de Dilma Rousseff. É a chaga viva, a ferida que não cauteriza, o estigma irremovível, a cicatriz riscada a faca. Por vontade de Dilma, Erenice acumulou durante sete anos o posto de braço-direito e a chefia da quadrilha formada por parentes e agregados. Quando Dilma deixou o gabinete, foi a pedido da Mãe do PAC que Lula instalou no comando da Casa Civil a Mãe da Bandidagem.

    Publicidade

    No palácio abandonado pelo rei do palanque, Erenice mandou e desmandou desde o começo da campanha. Acobertou negociatas, transformou o gabinete em gazua a serviço do filho arrombador de cofres, foi coiteira dos larápios de estimação, ganhou dinheiro sujo como nunca. Livre de vigilância, sem medo de castigos, assumiu interinamente a Presidência e expandiu as fronteiras da capitania envilecida. Anexou a Anac, a Infraero, o Ministério de Minas e Energia. Foi ela quem expropriou os Correios e escolheu a nova diretoria da estatal hoje em avançado estado de decomposição.

    Publicidade

    Agora, açulada por ciros e dirceus, Dilma tenta repetir o velho truque: acusar o adversário de fazer o que faz o PT. O candidato da oposição deve deter imediatamente a ofensiva dos prontuários. Se alguém no PSDB cometeu crimes, que seja punido já. Se a denúncia é caluniosa, que acione a Justiça. Em qualquer hipótese, o país que pensa exige que Serra introduza no próximo debate na TV, numa das perguntas de um minuto, o escândalo da Casa Civil.

    Cinquenta segundos bastarão para o resumo da ópera. Foi Dilma quem pariu, criou e protegeu Erenice Guerra. Foi a herdeira do pajé da tribo do mensalão quem transformou em sucessora a matriarca da família fora-da-lei. Durante sete anos, sempre juntas, as melhores amigas fizeram compras e dossiês. Sempre juntas, trancaram numerosos esqueletos no armário. Mas Dilma jura que Erenice roubou sozinha.

    Publicidade
    Continua após a publicidade

    Feita a sinopse, Serra precisa apresentar à oponente as três opções possíveis. Se nunca suspeitou das bandalheiras na sala ao lado, Dilma é uma administradora inepta, incapaz de selecionar assessores e, portanto, despreparada para chefiar o governo. Se desconfiou de algo e não agiu, pecou por leniência e está, portanto, desqualificada para o cargo. Se descobriu alguma patifaria e preferiu calar-se, é cúmplice ─ e lugar de comparsa é o banco dos réus, não um palanque.

    Nos 10 segundos restantes, bastará a Serra perguntar se Dilma sabia ou não sabia das bandalheiras protagonizadas pela melhor amiga (e repetir a pergunta, para que ela não finja que não entendeu). Qualquer que seja a resposta, será consumado o abraço das afogadas.

    Publicidade
    Publicidade
    Publicidade

    Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

    Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

    Domine o fato. Confie na fonte.

    10 grandes marcas em uma única assinatura digital

    MELHOR
    OFERTA

    Digital Completo
    Digital Completo

    Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

    a partir de R$ 2,00/semana*

    ou
    Impressa + Digital
    Impressa + Digital

    Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

    a partir de R$ 39,90/mês

    *Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
    *Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

    PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
    Fechar

    Não vá embora sem ler essa matéria!
    Assista um anúncio e leia grátis
    CLIQUE AQUI.