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Ministro trucida o Enem e desmoraliza o palavrório eleitoreiro de Dilma Rousseff

Em 18 de agosto, durante o debate entre os candidatos à Presidência promovido pela Folha e pelo  UOL, Dilma Rousseff irritou-se com as críticas de José Serra ao bisonho desempenho do Ministério da Educação na condução do Exame Nacional do Ensino Médio. E resumiu a indignação numa frase: “Acho um absurdo um candidato à Presidência […]

Por Augusto Nunes Atualizado em 31 jul 2020, 13h41 - Publicado em 8 nov 2010, 22h09
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  • Em 18 de agosto, durante o debate entre os candidatos à Presidência promovido pela Folha e pelo  UOL, Dilma Rousseff irritou-se com as críticas de José Serra ao bisonho desempenho do Ministério da Educação na condução do Exame Nacional do Ensino Médio. E resumiu a indignação numa frase:

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    Acho um absurdo um candidato à Presidência vir aqui dizer que o Enem está desmoralizado”.

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    Em 15 de outubro, Dia do Professor, Dilma voltou ao tema em Belo Horizonte. A irritação com Serra não amainara, informam três trechos do falatório:

    “Serra não gosta do Enem porque é o caminho acertado por todas as universidades federais e é pré-condição para o ProUni. Houve um crime contra o Enem. Ele quer acabar com o Enem para que a gente não tenha o ProUni”.

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    “O partido do vice do candidato do PSDB chegou a entrar na justiça contra o Enem, o que poderia comprometer 700 mil estudantes no Brasil. Dizer que o Enem tem uso eleitoreiro é desconsiderar o papel que ele teve nestes anos todos”.

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    “Estão absolutamente incorretas as afirmações do candidato Serra contra o Enem, que tem sido o caminho pelo qual nós selecionamos as pessoas que vão fazer o ProUni”.

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    Em 17 de outubro, no debate na RedeTV!, a candidata do PT elogiou o ministro Fernando Haddad e fustigou novamente o inimigo:

    “Quando se fala em vazamento é necessário que se perceba que o crime está sendo investigado. O Enem tem sido essencial como uma forma de controle da qualidade do ensino e é pré-condição para o ProUni. Atacar o Enem é uma forma indireta de atacar o ProUni”.

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    Em 3 de novembro, Dilma Rousseff revelou as duas prioridades do futuro governo: saúde e segurança pública. E a educação? “Está muito bem encaminhada”, resumiu a presidente eleita. Além de transformar o Enem num caso exemplar de sucesso, o ministro botara ordem na casa inteira. “Eu acho que o Haddad deve continuar”, decidiu Lula na mesma quarta-feira. E o administrador admirável foi dormir com o emprego garantido.

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    Começou a perdê-lo no dia seguinte, com a divulgação do Índice de Desenvolvimento Humano da ONU. No ranking da educação, o Brasil ocupa um modestíssimo 102° lugar. Ao longo da quinta-feira, Haddad tentou atribuir a performance lastimável à mudança dos critérios usados pelos organizadores do levantamento. E decerto acreditou que recuperaria os pontos perdidos no fim de semana, com as duas etapas do Enem.

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    Deu tudo errado. Troca de cabeçalho, erros de digitação, informações equivocadas, vazamentos, questões com números duplicados ─ houve um pouco de tudo na comédia de péssimo gosto que reduziu o Enem a outro caso de polícia. Mais de 3 milhões de inscritos ainda não sabem se as provas serão anuladas ou não. O que se sabe é que nem Lula conseguirá manter o ministro no cargo em 2011.

    Dilma Rousseff não deu um pio sobre o assombroso espetáculo da incompetência. Ainda bem que a campanha eleitoral acabou em outubro. Se não tivesse terminado, estaria proibida de acusar José Serra de querer destruir o Enem. Fernando Haddad já conseguiu.

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