SYLVIO DO AMARAL ROCHA
“906 anos se passaram desde o cataclismo de 2834″, informa o letreiro inicial de Energy Hunter (O caçador de energia), primeiro curta do diretor madrilenho Albert Arizza. “Só sobreviveram os que imigraram para a estação espacial. Desde então, meus antepassados caçam energia limpa pelo sistema solar, mas infelizmente nosso número está diminuindo”. Nessa procura eles acabam aterrissando em nosso planeta.
Mistura de faroeste com ficção científica, Energy Hunter nos conduz a um universo com paisagens estonteantes. A montagem é primorosa. O cinema clássico aparece nos movimentos de câmera perfeitos, somados à marcação sincronizada com a atuação. A trama, porém, está mais ligada ao cinema europeu: inexiste a viagem do herói, na qual o personagem precisa percorrer um caminho que o leva à superação.
Os efeitos especiais são simples como o figurino, mas tanto este quanto aqueles conseguem fazer a história parecer real. Em certas cenas, destaca-se a maquiagem primorosa — por exemplo, quando o assistente, com seus grandes olhos amarelados, se alimenta com um inseto. Na trilha, temos nada mais nada menos que Shine on your crazy diamond, do Pink Floyd. Um curta que pode ser compreendido em qualquer lugar do planeta – e, quem sabe?, fora dele. Boa caçada.
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