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Fábio Porchat: Piada machista perdeu o sentido. O humor envelhece

Apresentador do Programa do Porchat, que acaba de completar um ano, o humorista falou sobre cinema, política e os efeitos do politicamente correto

Por Branca Nunes Atualizado em 30 jul 2020, 20h44 - Publicado em 19 set 2017, 14h47

O convidado do Roda Viva desta segunda-feira foi Fábio Porchat, ator, roteirista e apresentador de televisão. Uma das estrelas da nova geração de humoristas, Porchat começou como redator do Zorra Total, da TV Globo, e participou de programas no GNT e no Multishow. Criador do Porta dos Fundos, maior canal de humor do país na internet, fez sucesso no gênero stand-up e em comédias de cinema. Em 23 de agosto de 2016, passou a apresentar o talk show Programa do Porchat, na TV Record. Confira trechos da entrevista:

“O politicamente correto serve para você parar e pensar um pouco mais no que vai falar. Para mim, isso acaba ajudando a piada a ter mais força. Ele faz você entender que porrada vai tomar depois”.

“O humor envelhece. Escutei piadas machistas e homofóbicas a minha infância inteira, mas hoje elas não fazem mais sentido. As novas gerações nem entendem determinadas piadas”.

“Já fiz muita piada ruim e muita piada fora de hora. No espetáculo ao vivo, no teatro, é ainda pior, porque não dá para pedir aos espectadores que apaguem aquilo da memória”.

“A coisa que eu mais gosto de ver na vida são pessoas levando susto. No susto você tem uma reação genuína. É um momento em que a emoção vem antes da razão. Mas eu não gosto de levar susto”.

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“Na comédia existem poucos roteiristas. As pessoas não leem muito no Brasil e têm a falsa sensação de que escrever um roteiro é fácil. Não temos a cultura do texto, viemos do caos. Nos Estados Unidos, quando os redatores entraram em greve, os talk shows foram paralisados. Dou muito valor ao roteiro e sempre estamos em busca de bons roteiristas. A maioria vem bastante engessada da televisão, com regras do que pode e do que não pode ser dito. No stand-up, por exemplo, você pode falar tudo”.

“Nos Estados Unidos, apresentar um talk show é um ponto de virada na carreira e para mim também foi. Quando se tem um programa na TV aberta, parece que as pessoas te dão mais importância, você tem uma voz que pode ser ouvida de verdade. No Brasil a internet ainda vai demorar para chegar a certos lugares. O Programa do Porchat fez um ano, mas parecem 12, de tanto trabalho”.

“A comédia é considerada um gênero menor, mas ela não é mais nem menos importante que outros. Há comédias horríveis, assim como filmes de arte horríveis. A última comédia que ganhou o Oscar foi Annie Hall (Noivo neurótico, noiva nervosa), do Woody Allen, em 1978”.

“Quanto maior o caos, melhor para o humor. É mais difícil fazer humor na Noruega”.

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“Todo mundo está levando tudo muito a sério. Lançamos dez esquetes com piadas com o Lula e a Dilma e todo mundo adorou. Quando fizemos uma com a Lava Jato, as pessoas enlouqueceram, caíram em cima. E foi bem na época em que lançamos o filme Contrato Vitalício”.

“Minha voz virou uma espécie de marca registrada. Acabei criando um sotaque próprio pensando no humor. Incorporei o ‘erre’ do Rio e o ‘esse’ de São Paulo”.

“Eu saí da Globo para me dedicar ao Porta os Fundos e, depois dessa decisão, comecei a ter algumas portas fechadas. Me sondaram para fazer um personagem na Escolinha do Professor Raimundo, mas depois ninguém me ligou. Não entendi por quê. Depois disso, pensei: ‘Já que não posso estar na Globo, agora não vou para a Globo mesmo’. E fechei um contrato ótimo com a Record”.

A bancada de entrevistadores reuniu Edgard Piccoli (apresentador do programa Morning Show, da Rádio Jovem Pan), Marcela Paes (repórter do Estadão), Marcelo Madureira (humorista e comentarista do Programa 3 em 1, da Rádio Jovem Pan), Rosana Hermann (escritora, roteirista, coapresentadora do programa Porta Afora e autora do blog Querido Leitor) e Sylvio do Amaral Rocha (documentarista e professor de cinema). Com desenhos em tempo real do cartunista Paulo Caruso, o programa foi transmitido pela TV Cultura.

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