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Augusto Nunes

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Com palavras e imagens, esta página tenta apressar a chegada do futuro que o Brasil espera deitado em berço esplêndido. E lembrar aos sem-memória o que não pode ser esquecido. Este conteúdo é exclusivo para assinantes.
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Eliziário Goulart Rocha: Vai melhorar. Mas, antes, vai piorar

Por vias tortas, depuram-se as instituições que deveriam servir aos brasileiros, mas cujos integrantes não resistiram a cair na vida para subir na vida

Por Augusto Nunes Atualizado em 30 jul 2020, 20h52 - Publicado em 20 Maio 2017, 17h44

A Lei de Murphy – “Tudo que pode dar errado, dará.” – acabou por originar incontáveis variações. Uma delas diz: “Vai melhorar. Mas, antes, ainda vai piorar”. A frase se encaixa perfeitamente na situação do Brasil. Haverá de sair de tudo isso uma nação mais ética, mais correta no modo de se fazer política e negócios, mais republicana. Por vias tortas, depuram-se as instituições que deveriam servir aos brasileiros, mas cujos integrantes não resistiram a cair na vida para subir na vida. Um paradoxo apenas gramatical, longe de apresentar qualquer contradição no país em que prevaleciam, no cotidiano dos poderosos, a esperteza lucrativa, a negociação malandra e o mais descarado roubo, ainda que camuflado por toda sorte de gambiarras jurídicas.

A cada crise institucional, a cada lote de trapaceiros desnudados, as bolsas caem, o dólar sobre, o empresariado decente se retrai, pessoas perdem empregos, empreendedores vão à lona e a esperança é abatida. Antes, políticos e ocupantes de cargos públicos ao menos fingiam que os interesses da população e o bem do país estavam acima de seu bolso. Nem isso fazem mais. Quem já não tinha vergonha na cara perdeu o medo e passou a agir à luz do dia mesmo e com gula cada vez mais espantosa. Nem o fato de a Lava Jato estar em pleno curso, tendo mandado para a cadeira homens que até então se consideravam intocáveis, serviu para moderar o apetite da tropa safada.

Os brasileiros já não aceitam tanta pilantragem, tampouco estão dispostos – exceto os integrantes de seitas ideológicas – a embarcar em aventuras protagonizadas por discurseiros de boteco, demagogos de variados matizes e espertalhões em geral. O palavrório de homem providencial já não emplaca com a mesma facilidade. Haveremos de sair dessa mais fortes e preparados para a construção de um país em que embusteiros profissionais não terão vez. Para a maioria honesta, pagadora de impostos e que vem tendo seu futuro roubado, o desafio é sobreviver até lá. Porque vai melhorar. Mas, antes, ainda vai piorar.

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