Eliziário Goulart Rocha: Os delinquentes não podem prevalecer
Resta aos punguistas travestidos de guerreiros do povo brasileiro insuflar sua milícia para espalhar o caos
Os brasileiros que prestam estão desiludidos, assustados, desanimados. A desilusão e o medo são naturais, não teria como ser de outra forma diante do apavorante noticiário de cada dia. Precisam, no entanto, revogar o desânimo para não permitir que delinquentes com ou sem causa, vagabundos contumazes, militantes a soldo de fontes pagadoras atoladas até o pescoço no pântano da corrupção, vítimas de lavagens cerebrais irreversíveis e bestas quadradas em geral tomem o país de assalto.
O primeiro ataque foi o aparelhamento das instituições, o loteamento dos órgãos públicos com apaniguados de diferentes graus de incompetência, mas unidos de primeira hora em tenebrosas transações, além da doutrinação sistemática em todas as fontes possíveis, incluindo universidades que já foram modelo de excelência e motivo de orgulho da nação. O segundo, a pilhagem do butim, a subtração descarada do que os trabalhadores de verdade suam muito para ganhar.
Flagrados com a mão na massa, sempre à espera da batida na porta da Polícia Federal às seis da manhã, acuados pela vontade da maioria de brasileiros decentes, resta aos protagonistas do maior escândalo de corrupção da história mundial – e talvez nem seja preciso somar todas as pontas da grande ladroagem para se alcançar o recorde –, resta aos punguistas travestidos de guerreiros do povo brasileiro insuflar sua milícia para espalhar o caos. Sabem que no civilizado universo das leis, da razão, do bom senso e da vergonha na cara não têm mais chance de escapar das algemas. Os brasileiros do bem vão precisar de muita paciência e firmeza nos próximos tempos.