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Editorial do Estadão: Tempo de aperto e cuidado

O retorno da confiança do consumidor depende da ação organizada do governo

Por Augusto Nunes Atualizado em 30 jul 2020, 19h46 - Publicado em 29 abr 2019, 07h14

Com dinheiro curto, endividado e sem perspectiva de melhora em pouco tempo, o consumidor continua retraído e pode até diminuir suas compras nos próximos meses. Se isso ocorrer, a economia continuará travada e o crescimento seguirá em marcha lenta como nos últimos dois anos. O risco é tangível e confirmado por novos levantamentos sobre as condições e a disposição das famílias. Entre os empresários do comércio, as expectativas permanecem baixas, enquanto os indicadores de negócios decepcionam e as incertezas políticas se prolongam. O Índice de Intenção de Consumo das Famílias (ICF) voltou a cair em abril, segundo pesquisa mensal da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). Com a queda de 1,9%, o indicador chegou a 96,2 pontos. Em março já tinha havido um recuo de 0,4% em relação ao mês anterior. Depois de abril de 2015, o ICF nunca ficou acima de 100 pontos, linha divisória entre os estados de insatisfação e satisfação.

Aumentos de preços, juros altos e alto endividamento são os principais fatores apontados em nota da CNC para explicar a piora de ânimo das famílias. Desde o começo do ano a renda mensal tem sido consumida mais velozmente do que vinha sendo até o fim de 2018.

A alta da chamada prévia da inflação, o IPCA-15, trouxe o retrato mais atualizado da aceleração dos preços, um dos piores pesadelos das famílias. Chegou a 0,72% em abril o aumento do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15. Em março, a variação havia atingido 0,54%, num ritmo já preocupante. Com o avanço de abril, a alta acumulada chegou a 1,91% no ano e a 4,71% em 12 meses, acima, portanto, da meta anual de 4,25%. O IPCA-15 é apurado entre o meio de um mês e o meio do mês seguinte e é usado como sinalizador de tendência da inflação mensal. A pesquisa é do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística.

A alta de preços deverá perder vigor nos próximos meses, dizem especialistas do mercado e do setor público, e assim a inflação convergirá até o fim do ano para a meta. Essa avaliação pode estar certa, mas o consumidor, sem modelos matemáticos para avaliar tendências, pode apenas sentir o impacto imediato da inflação em seu orçamento e em suas condições de vida. Isso pesa na formação de suas expectativas, assim como o conjunto dos fatos políticos e econômicos. Neste momento, quase nada, nesse conjunto, é muito animador.

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O quadro é feio dentro e fora de casa. Fora, há o desemprego, os preços em alta e as confusões de Brasília. Dentro, há os vários fatores de aperto, incluído o endividamento. Este é um dos principais fatores de preocupação. A piora do quadro foi mostrada em pesquisa da Boa Vista SPC, sucessora do Serviço Central de Proteção ao Crédito. No segundo semestre de 2018, segundo a pesquisa, 70% dos entrevistados disseram ter mais de metade da renda comprometida com o pagamento de dívidas. No primeiro semestre, 56% haviam dado essa resposta. Além disso, 82%, parcela igual à do semestre anterior, afirmaram ter muita dificuldade para manter as contas em dia.

Sem surpresa, o Índice de Confiança do Comércio, calculado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), ficou em 96,8 pontos em abril, abaixo do nível 100, fronteira do otimismo. Houve estabilidade na avaliação mensal, mas sem melhora da expectativa. O valor anotado em abril foi o menor desde outubro, quando o índice bateu em 94,4 pontos. O sinal de otimismo observado no início do ano já se extinguiu.

A piora das expectativas tem sido mostrada na pesquisa Focus, atualizada a cada semana pelo Banco Central. Na pesquisa de 18 de abril, divulgada na segunda-feira seguinte, a projeção de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em 2019 chegou a 1,71%. Quatro semanas antes estava em 2% e já em queda. A redução das projeções ocorreu seguidamente a cada semana. Também na última pesquisa o crescimento estimado para a produção industrial chegou a 1,70%, bem abaixo da estimativa de 2,57% coletada um mês antes. O retorno da confiança depende da ação organizada do governo.

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