Assine VEJA por R$2,00/semana
Imagem Blog

Augusto Nunes Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO

Por Coluna
Com palavras e imagens, esta página tenta apressar a chegada do futuro que o Brasil espera deitado em berço esplêndido. E lembrar aos sem-memória o que não pode ser esquecido. Este conteúdo é exclusivo para assinantes.
Continua após publicidade

Editorial do Estadão: No palco mundial

O sucesso do presidente Bolsonaro em Davos dependerá em boa parte de sua capacidade de olhar para fora e captar os temas e valores internacionais

Por Cristyan Costa Atualizado em 30 jul 2020, 20h01 - Publicado em 18 jan 2019, 13h41

O presidente Jair Bolsonaro fará sua estreia internacional em Davos, numa sessão especial do Fórum Econômico Mundial, na próxima terça-feira. Será recebido com muito interesse e com a deferência reservada a um governante, mas também com dúvidas graves e alguma inquietação quanto ao seu nacionalismo e à sua concepção de direitos. Um de seus objetivos será apresentar o Brasil como um país confiável, a caminho de ajustes e reformas, com grande potencial de crescimento e boas oportunidades para investidores. Seu discurso deverá realçar, muito provavelmente, as perspectivas de abertura de mercado e o compromisso com o liberalismo econômico. Seus acompanhantes, principalmente o ministro da Economia, Paulo Guedes, darão ênfase a uma política voltada para a desburocratização, a criação de um ambiente propício aos negócios e à consolidação, enfim, de mercados dinâmicos, eficientes e livres. Mas tudo isso responderá apenas a uma parte das indagações. As perguntas mais complicadas são de outro tipo.

Ao entrar no Centro de Congressos de Davos, onde se realizam os encontros anuais do Fórum Econômico Mundial, o presidente Jair Bolsonaro entrará no principal templo da globalização. Ali se reúnem milhares de executivos, empresários, chefes de governo, políticos, acadêmicos e líderes de organizações civis e religiosas. Apesar da variedade de credos e de interesses, têm predominado nesse conjunto as opiniões favoráveis à integração dos mercados e, de modo geral, à globalização e à ordem multilateral.

Os problemas associados à globalização, como o aumento da disparidade econômica entre países e pessoas, têm ocupado uma parte crescente dos debates, assim como no Fundo Monetário Internacional e no Banco Mundial. Tensões geopolíticas, guerras, fome e os dramas dos migrantes também têm concentrado boa parte das preocupações. As questões climáticas e ambientais há muitos anos estão entre os temas de maior destaque.

O novo discurso dominante em Brasília tem contrastado, até agora, com esse conjunto de valores. O presidente Jair Bolsonaro e seus auxiliares têm rejeitado a ordem multilateral e ecoado o nacionalismo do presidente Donald Trump. Já renegaram o acordo de proteção aos migrantes. Têm criticado os pactos de preservação do clima. O governo já alterou mecanismos de conservação ambiental e questionou os critérios de demarcação de terras indígenas. Figuras do primeiro escalão têm misturado religião, moralismo e discursos ideológicos dos mais precários com definições de políticas e orientação administrativa.

Todos esses temas têm pesos diferentes para diferentes participantes do Fórum Econômico Mundial. Nem todos dão importância a questões como educação laica, direitos de grupos LGBT+, liberdade de informação e de expressão e interesses de grupos indígenas. Assuntos como preservação ambiental, regras multilaterais de comércio e livre movimentação de capitais podem ser valorizados, no entanto, por indivíduos e grupos vinculados a diferentes tipos de regime.

Continua após a publicidade

Representantes do governo chinês têm-se manifestado, no Fórum, como vigorosos defensores do comércio livre e de regras multilaterais de comércio, contra o protecionismo e o nacionalismo do presidente Donald Trump. Da mesma forma, a cooperação para atenuar o drama de milhões de migrantes forçados a fugir da guerra ou da fome pode ser defendida por grupos e indivíduos de diferentes perfis políticos e religiosos.

Apesar da variedade de origens e de vinculações políticas e religiosas, dificilmente se encontrará em Davos quem rejeite abertamente a ideia de cooperação em favor da prosperidade, do emprego e da redução das desigualdades, grandes temas na pauta do Fórum.

O sucesso do presidente Bolsonaro em Davos dependerá em boa parte de sua capacidade de olhar para fora e captar os temas e valores internacionais. Só tem essa capacidade quem faz o contrário do recomendado pelo chanceler Ernesto Araújo, desviar-se da janela e olhar para dentro. Mas a mera disposição de ir a Davos talvez já seja um bom indício.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.