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Por Coluna
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“De vento em proa” e outras notas de Carlos Brickmann

A Polícia Federal, com base na delação de Joesley e Wesley Batista, promoveu busca e apreensão na casa de figurões políticos, como Aécio e sua irmã

Por Carlos Brickmann
Atualizado em 30 jul 2020, 20h06 - Publicado em 12 dez 2018, 12h11

Publicado na Coluna de Carlos Brickmann

No tempo da ditadura que agora há gente que diz que não houve, corria uma piada sobre delação: quem denunciasse um comunista ganharia um Fusca, quem denunciasse dois comunistas ganharia um Opala, quem denunciasse três comunistas seria preso, por conhecer comunistas demais.

Pois é: a Polícia Federal, com base na delação de Joesley e Wesley Batista, promoveu busca e apreensão na casa de figurões políticos, como Aécio e sua irmã, o senador Agripino Maia, o deputado Paulinho da Força e outros. As delações dos Batista atingiram de empresários, que emitiam notas frias para eles, ao presidente Temer. Beleza: não era costume, no Brasil, a Polícia investigar gente importante. Mas com que resultado?

Como quem conhecia comunistas demais na ditadura, Joesley e Wesley conheciam corruptos em excesso. Isso não os impediu de, na primeiro hora, usar o dedo endurecido para se livrar da cadeia (o que só falhou quando se descobriu que tinham omitido parte da história). E, mesmo atingidos pela lei, estão hoje R$ 2,5 bilhões mais ricos que na época da delação.

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Este colunista não sabe qual a parte dos Batista no total de devoluções de dinheiro sujo. Mas as devoluções estão, no conjunto, bem atrasadas: o STF homologou acordos pelos quais 170 delatores teriam de pagar R$ 1,3 bilhão de multas. Teriam; mas R$ 422,9 milhões já vencidos simplesmente não foram pagos. O barco está no rumo certo, mas com vento contra.

 

Um número, um exemplo

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De acordo com Joesley Batista e um de seus diretores, Ricardo Saud, só o JBS deu a Aécio uns R$ 110 milhões em propina. Um governador recebe, em geral, outras ofertas, de empreiteiros, fornecedores, empresários. A quanto podem montar as propinas? Quantos dirigentes as terão recebido?

 

É golpe

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Uma novidade no mercado da invasão de cartões de crédito de outras pessoas: alguém telefona para um telefone fixo e pergunta pelos donos da casa. Quando um dos donos atende, chamam-no pelo nome e perguntam se fez uma compra em loja fina de outro Estado. Quem liga se identifica como funcionário da loja e diz que, se não houve a compra, não fará a entrega da mercadoria. E aconselha quem atendeu a procurar a empresa emissora, cujo telefone está gravado no cartão, e fazer a queixa. Não faz perguntas sobre o cartão, nada. A pessoa liga, é atendida ─ mas em algum lugar da linha houve um desvio e a chamada é dirigida para o telefone dos golpistas. Ali lhe dizem que, como o cartão foi clonado, deve ser bloqueado. E ao mesmo tempo já providenciam o novo cartão. Na conversa, apuram os dados que lhes faltam (números, etc.) e vão às compras com o dinheiro dos outros.

 

O cerco a João de Deus

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Em quatro dias, desde que foi feita a primeira denúncia contra João de Deus, que se apresenta como médium, o Ministério Público de Goiás já recebeu 78 denúncias de mulheres que dizem ser vítimas de abusos sexuais por ele cometidos. João de Deus é conhecido por promover sessões de cura espiritual em Abadiânia, Goiás, cidade que praticamente vive em torno de suas atividades. Diz incorporar o espírito de Santo Ignácio de Loyola, que criou a Ordem dos Jesuítas. Sua fama é tamanha que a cidade vive lotada de pessoas em busca de cura espiritual e é difícil conseguir um horário em sua agenda. Desde que a denúncia foi feita, no programa Conversa com Bial, Rede Globo, no dia 7, João de Deus não apareceu em público.

 

Por trás do Nobel

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É um livro grosso, com quase 600 páginas de texto; mas é fácil de pegar e de não querer largar. Maldito Prêmio Nobel conta as histórias que ninguém contava a respeito do Nobel ─ inclusive os problemas políticos, inclusive as inclinações ideológicas, inclusive quem é que, na hora da concessão do prêmio, procura influenciar os votantes contra ou a favor de algum dos candidatos. Um exemplo: as tentativas de impedir Albert Einstein de recebê-lo. Um belíssimo trabalho de um grande jornalista: João Lins de Albuquerque, correspondente internacional da Folha de S.Paulo, da revista Visão, do jornal português Expresso. João trabalhou na BBC em Londres, na Swedish Broadcasting Corp. em Estocolmo, foi diretor da Rádio da ONU em Nova York, e por vinte anos cobriu cada edição do Nobel. Ele conhece; pesquisou; e beneficiou-se com a mudança nas normas do Nobel, que passou a divulgar as atas 50 anos após cada prêmio. Boa leitura, ótimo livro, que se transforma em referência para ter em casa.

 

Homenagem

Neste domingo, no Cemitério Israelita do Embu, SP, a partir das 12 horas, haverá a cerimônia religiosa de descoberta do túmulo de um dos maiores jornalistas do Brasil, Alberto Dines. Dines (um dos padrinhos intelectuais deste colunista) criou no Brasil a crítica da imprensa ─ que falta isso faz hoje! E em suas mãos o Jornal do Brasil foi o melhor do país.

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