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A cara de palerma apaixonado confirma que a CPI é uma Confraria dos Pilantras e Idiotas

O que será que ele está vendo?, intrigaram-se nesta quinta-feira incontáveis leitores da Folha confrontados com a foto na primeira página. A expressão superlativamente embevecida do deputado federal Jilmar Tatto grita que o líder da bancada do PT está cruzando, a bordo de um floco de nuvens multicoloridas, a difusa fronteira que separa o deslumbramento […]

Por Augusto Nunes Atualizado em 31 jul 2020, 08h37 - Publicado em 15 jun 2012, 18h35
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    O que será que ele está vendo?, intrigaram-se nesta quinta-feira incontáveis leitores da Folha confrontados com a foto na primeira página. A expressão superlativamente embevecida do deputado federal Jilmar Tatto grita que o líder da bancada do PT está cruzando, a bordo de um floco de nuvens multicoloridas, a difusa fronteira que separa o deslumbramento do êxtase. O que faz bater em descompasso o coração do companheiro?

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    Os olhos rútilos e os lábios trêmulos, na grande imagem de Nelson Rodrigues, avisam que Jilmar está grávido de admiração, orgulho e felicidade. Ou euforia, sugerem as mãos que batem palmas. O que estará acontecendo? O grupo de candidatas a miss em visita a seu gabinete resolveu homenageá-lo com um striptease coletivo? A ex-primeira dama Carla Bruni irrompeu no plenário para sussurrar-lhe que topa trocar Paris por Brasília? Andressa Mendonça, mulher de Carlinhos Cachoeira, apareceu de repente para comunicar que só aceitará depor na CPI se tiver a seu lado, e de mãos dadas, aquele parlamentar tão sensível?

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    Nada disso. Jilmar ficou assim sem que fosse apresentado a alguma singularidade assombrosa. Para exibir essa cara de palerma apaixonado, bastou-lhe testemunhar, sentado na fila do gargarejo da CPI, o momento em que o governador Agnelo Queiroz propôs a quebra do sigilo telefônico, bancário e fiscal já quebrado pelo Supremo Tribunal Federal. “Você é nosso e nós somos teu”, parece murmurar a fisionomia do líder do PT. O recado endereçado a Sérgio Cabral pelo torturador gramatical Cândido Vaccarezza é a mais perfeita tradução da CPI de araque.

    Reveja a foto no alto da página. Contemple sem pressa a imagem que levou Jilmar Tatto a flutuar na estratosfera. Fica mais fácil entender por que a CPI do Cachoeira virou uma chanchada pornopolítica que finge investigar coadjuvantes para manter longe da cadeia os protagonistas de outro escândalo calculado em bilhões de reais. O deputado Miro Teixeira tem razão: abstraídos os raríssimos homens honrados, o que se vê é um duelo travado por tropas do cheque tão patéticas e desprezíveis quanto as velhas tropas de choque.

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    Governistas e oposicionistas aplaudem os bandidos de estimação e fazem de conta que estão bravos com os meliantes do lado de lá. A simulação ficou perigosa depois que a cachoeira desaguou na Delta. Nesta quinta-feira, o PT e a base alugada se juntaram para conjurar o perigo e excluíram  Fernando Cavendish da lista de depoentes. Melhor encerrar os trabalhos antes que o Brasil inteiro enxergue na CPI o que ela é: uma Confraria dos Pilantras e Idiotas. Ou um Congraçamento de Políticos Imorais.

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