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A bela crônica de Vlady Oliver e um grande momento da cantora Hebe Camargo

A crônica do nosso Oliver merece ser lida ao som de “Você não sabe”, na interpretação definitiva da (também) cantora Hebe Camargo, de quem a coluna se despede com um beijo e uma lágrima. (AN)   A PISCINA Vlady Oliver Tinha eu em minha infância um sonho recorrente. Nele, minha família e amigos nadavam numa […]

Por Augusto Nunes Atualizado em 31 jul 2020, 07h45 - Publicado em 30 set 2012, 20h23

A crônica do nosso Oliver merece ser lida ao som de “Você não sabe”, na interpretação definitiva da (também) cantora Hebe Camargo, de quem a coluna se despede com um beijo e uma lágrima. (AN)  

A PISCINA

Vlady Oliver

Tinha eu em minha infância um sonho recorrente. Nele, minha família e amigos nadavam numa imensa piscina olímpica. O problema é que algumas das raias tinham uma inusitada lápide no caminho. Registravam o fim de uma trajetória de luta na competição da vida. Eu nunca saberia qual a próxima lápide a encontrar seu competidor e isso muito me amedrontava. Mas eu cresci. E comigo, o estranho sonho se tornou uma inofensiva moldura perdida, numa canto qualquer de um cérebro buliçoso.

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Cinquenta anos mais tarde, muitas dessas lápides já se concretizaram, levando meu pai, meu padrasto, tios e amigos. Minha mãe velhinha ainda encontra fôlego para resistir mais algumas braçadas. Sua irmã três anos mais nova já se encontra com Wando com expressiva frequência. Sua mente embaraçada vai e volta pelos mundos da lucidez, numa viagem mais engraçada do que triste, para os que a cercam de carinho.

Voltando ainda mais no tempo me lembro que essa minha tia tinha uma loja de costura na Rua Joli. Seus vestidos eram famosos e adornaram Hebes e Lolitas. As verdadeiras, diga-se. Minha tia sempre se orgulhava disso, quando conseguia se lembrar disso. Lembro também que sua loja era em frente à fábrica das balas “Confiança” e aqueles furgões redondinhos, parecidos com os carros dos Intocáveis, faziam a alegria da molecada da vizinhança.

De volta para o futuro, estaciono agora há dois meses atrás, na fila de autógrafos do livro do Boni. Estávamos lá, quando um burburinho sobe as escadas e se aproxima de nós. Uma senhora muito alegre resume a cena ─ “Nós, os velhinhos, já conquistamos o direito de furar fila, não é mesmo?” ─ e vai se esgueirando entre os ali presentes. “Posso passar na sua frente?”, ia perguntando e sorrindo. “A senhora é linda, a senhora pode tudo!!!”, exclama alguém ao meu lado.

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Ela então se vira pra mim, bem à sua frente: “O que é que ele disse?”, pergunta. “Disse que a senhora é linda e pode tudo…”. Ela: “Que maravilha !!! Eu furando a fila e ainda ganhando elogios de vocês”. Retruco: “Pois os elogios são mais que merecidos”. Ela para de novo e me olha com ternura: “O que você disse, querido?”

“Disse que os elogios são mais que merecidos. A senhora merece nosso aplauso”. Fui seguido imediatamente por todos ali presentes num aplauso, no início acanhado, mas logo efusivo, em homenagem à sagrada dama da televisão brasileira que acabava de chegar. Assim tive meus únicos segundos de luz ao lado de nossa querida diva.

Que descanse de sua longa jornada. Não digo em paz, porque ela não era de descansar em paz. Que descanse em alegria. Na mais completa alegria que iluminou os seus e os nossos caminhos. Um selinho, grande Hebe. O mundo fica menor sem você.

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