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‘Soviete da Papuda’, um artigo de Antônio Machado de Carvalho

Publicado no jornal O Tempo desta quinta-feira ANTÔNIO MACHADO DE CARVALHO “Uma trinca de bandidos, convivas habituais de ricaços e poderosos, hospedou-se na Papuda. Gente distraída pode associar o nome incomum ao daqueles lugares exóticos do mundo tropical. Algo do tipo hotéis e Spa’s suntuosos, dos tantos que proliferam no Brasil, destinados a abrigar figurões […]

Por Augusto Nunes Atualizado em 31 jul 2020, 04h54 - Publicado em 28 nov 2013, 21h23

Publicado no jornal O Tempo desta quinta-feira

ANTÔNIO MACHADO DE CARVALHO

“Uma trinca de bandidos, convivas habituais de ricaços e poderosos, hospedou-se na Papuda. Gente distraída pode associar o nome incomum ao daqueles lugares exóticos do mundo tropical. Algo do tipo hotéis e Spa’s suntuosos, dos tantos que proliferam no Brasil, destinados a abrigar figurões em momentos de tédio existencial. Mas, não. Não é uma casa de repouso e sim uma reles penitenciária, agora tristemente famosa, similar às que no resto do mundo se devotam a punir malfeitores. A trinca, então, lá aportou, por determinação do Supremo Tribunal Federal, acompanhada de um séquito (outros condenados no processo do mensalão). Ao manter os prisioneiros na comarca de Brasília, o ministro Joaquim Barbosa revelou relevante preocupação: o sistema carcerário brasileiro poderia ficar contaminado caso os patifes fossem deslocados para outros estados da federação. Melhor seria, socialmente, se ficassem próximos da vasta grei que prolifera no ambiente depravado de Brasília.

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Mas a companheirada dos quadrilheiros parece que não entendeu o alcance da medida. O ilustre ministro vem sendo atacado brutalmente por eles. Tuítam pela internet coisas do gênero: “Joaquim Barbosa, o negro que traiu o Brasil, negro mau-caráter. Graças ao Dirceu, ele foi nomeado ao STF e esse fdp agradece assim”, nestes exatos termos. Um espanto! Causa espécie que ruidosas lideranças que combatem o racismo nada digam a respeito. Aliás, nem a OAB, nem ONG’s variadas e nem pomposos mandarins acadêmicos, todos supostos defensores de ações afirmativas. Essa odiosa omissão se explicaria, talvez, pela peculiar visão de mundo petista. Nela, há bons crioulos (os “nossos” pretos, claro, os que caem de quatro a um aceno do sinhô), e negros ingratos, como o Barbosão, sujeitinho pernóstico que não sabe o seu lugar.

Filas se formaram às portas da Papuda em reverência aos novos hóspedes. Cuidem-se, rápido, o PCC, o Comando Vermelho e os Amigos dos Amigos. A nova elite penitenciária chegou. Quem manda no pedaço, doravante, é o Soviete dos Papudos, sob o tacão experiente de José Dirceu, secundado por Genoíno e Delúbio, forjados nas cartilhas de Lenine, Mao Tsé Tung e Fidel Castro. Uma inovação tropicalizada aos manuais leninistas se dará com a inclusão do lumpen-proletariado nas articulações para construir um novo Brasil. Em breve, Marcola, Fernandinho Beira-mar e Elias Maluco se curvarão prestando vênias aos companheiros de armas.

A Papuda propiciará um benefício adicional. Entrará no rol dos roteiros turísticos mais apreciados da capital da República. Quem sabe, o governo do Distrito Federal não constrói um shopping popular para vender artesanato e lembranças com imagens de tão caricatas figuras? O mercado capitalista tem dessas coisas. Em vez de “tudo acabar em livro”, como queria o poeta, tudo acabaria mesmo no comércio e na mais vil pecúnia. Vivas, pois, aos guerreiros e heróis da república lulista.

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