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Estudo aponta motivo por trás da expressão de “múmia que grita”

Reconhecida por seu semblante assustado, a relíquia de 3 500 anos pode ter tido uma morte dolorosa

Por Marília Monitchele Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 7 ago 2024, 22h49 - Publicado em 7 ago 2024, 17h37
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  • Sua identidade é desconhecida, mas sua expressão facial marcante lhe rendeu o apelido de “Mulher que Grita”. O que teria causado essa fisionomia intrigou pesquisadores por milênios. Agora, eles acreditam ter encontrado uma resposta: a expressão aterrorizante pode ser resultado de uma morte tão excruciante que congelou seu rosto em um eterno grito de dor.

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    VEJA: A química das múmias: cientistas descobrem ingredientes da mumificação

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    A mulher foi enterrada há cerca de 3.500 anos e descoberta apenas em 1935, em um caixão de madeira sob o túmulo de Senmut, arquiteto e suposto amante da faraó Hatshepsut (1479-1458 a.C.). Além do arquiteto e da múmia misteriosa, o túmulo abrigava o corpo de Hat-Nufer, mãe de Senmut, sugerindo laços de proximidade ou parentesco entre eles.

    Mumificação mal feita

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    Apesar da expressão assustadora, arqueólogos inicialmente atribuíram sua feição a uma mumificação mal feita, algo comum no antigo Egito, especialmente entre as classes média e baixa. No entanto, um artigo publicado na revista Frontiers in Medicine sugere outra explicação. O radiologista Sahar Saleem, da Universidade do Cairo, e a antropóloga Samia El-Merghani, do Ministério Egípcio de Turismo e Antiguidades, realizaram um novo exame utilizando equipamentos de última geração. Eles concluíram que a mulher teve um enterro luxuoso, o que , por si só, não combina com a ideia de desleixo no processo de mumificação.

    “Ela foi embalsamada com material importado e caro”, explica Saleem, em nota. “Isso, e a aparência bem preservada da múmia, contradiz a crença tradicional de que uma falha na remoção de seus órgãos internos implicava em uma mumificação ruim.”  A mulher foi enterrada com dois anéis de prata e ouro com escaravelhos de jaspe, e usava uma longa peruca preta feita de fibras de tamareira. A análise tecnológica da múmia revelou que ela tinha cerca de 48 anos quando morreu, sofria de artrite leve e poderia ter sentido dores na coluna. Seu corpo de 1,54 metros não apresentava sinais de incisão, com todos os órgãos internos intactos, algo raro entre múmias de classe alta. 

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    Análises químicas detectaram a presença de zimbro, uma especiaria aromática, e hena, um corante, no cabelo da mulher, além de olíbano e vários minerais na peruca, usados para endurecer e escurecer as fibras de tamareira, dando-lhe a cor preta, que no Egito Antigo era relacionada a juventude.

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    Os limites da hipótese

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    Embora não tenha conseguido definir a identidade da múmia, o estudo ajuda a entender mais sobre o processo de mumificação e sobre os itens incorporados na passagem deste para o outro mundo, como as perucas, óleos e acessórios. Os pesquisadores também buscam enfraquecer a hipótese de que a boca eternamente aberta seria efeito de descuido na hora do embalsamento, substituindo a ideia pela teoria de uma morte dolorosa e da imediata rigidez cadavérica, mas não apontam qual teria sido a causa desta morte excruciante. A questão também esbarra no fato de que a rigidez cadavérica não é imediata, havendo tempo para a correção da fisionomia nos procedimentos pós-morte, caso houvesse essa vontade. 

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