Queiroz: bomba de efeito retardado que beneficia Sergio Moro
O desgaste de imagem de Bolsonaro provocado pela operação de hoje é imenso em um elemento-chave de sua imagem: a de cruzado anticorrupção
Queiroz voltou ao noticiário político. Bolsonaro foi eleito empunhando no ponto mais alto a bandeira do combate à corrupção. Parte de seus eleitores e de quem o avalia positivamente acreditam piamente que ele esteja cumprindo esta promessa. Queiroz, porém, é a negação da imagem defendida por Bolsonaro. Pior, o ex-braço direito de Flávio Bolsonaro é a prova viva de que o clã Bolsonaro sempre viveu no lamaçal da corrupção.
Na recém-divulgada pesquisa do Datafolha o dado que mais se destacou na piora da imagem do governo diz respeito ao combate à corrupção. Piorou, fora da margem de erro, a imagem do governo neste quesito. Se for realizada outra pesquisa a partir de hoje é possível que uma nova piora venha a ser detectada. Na mesma pesquisa ficou claro que Sergio Moro é tão conhecido como Bolsonaro e mais bem avaliado do que ele. A última vez em que isso ocorreu não havia reeleição, foi com o ministro Fernando Henrique no governo do presidente Itamar franco.
Ligue os pontos. A partir de hoje começa a ser aberta a oportunidade para Sergio Moro sair do governo afirmando que considerava Bolsonaro e seus filhos totalmente honestos. Moro facilmente encontraria abrigo em uma universidade americana para, de lá, fazer oposição a Bolsonaro pela direita com base no discurso anticorrupção. A filiação ao PSL poderia esperar. Juntar-se-iam grandes recursos de campanha, dinheiro, tempo de rádio e TV, com um personagem conhecido e popular. Este caminho está endo pavimentado pelo caso Queiroz.